segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Fezzan, uma imensidão tão esquecida

Ghous, qui appartient à la tribu des Kadhafa (al-Kadhafi n'est pas un patronyme mais un nom d'usage signifiant de la tribu des Kadhafa). Il grandit dans la région désertique de Syrte et reçoit une éducation primaire traditionnelle et religieuse. De 1956 à 1961, il suit les cours de l'école préparatoire de Sebha dans le Fezzan, fief traditionnel de sa tribu où il forme le noyau d'un groupe de militants révolutionnaires ayant pour but de s'emparer du pouvoir inspiré du général égyptien Gamal Abdel Nasser, en prônant l'unité arabe. En 1961, il est exclu de l'école préparatoire de Sebha à cause de son activisme politique.
---- Enquanto tanta gente olha para Sirte, não poderá acontecer que o coronel Kadafhi esteja muito mais para os lados das vastas terras de Fezzan, nas franjas setentrionais do Sara? É uma hipótese, a que se tem dado pouca atenção.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

O que diz sobre a Líbia a imprensa alternativa

Por Altamiro Borges, jornalista brasileiro

A mídia colonizada está em festa. A vinheta do Jornal das Dez, da Globo News, comemora “o fim da era Kadafi”. Merval Pereira, que mais parece um porta-voz do império, ataca o “ditador líbio” e, de quebra, a política externa do atual governo. O colunista da TV Globo preferia quando o chanceler de FHC tirava os sapatinhos nos aeroportos dos EUA e prometia apoio à invasão do Iraque.
Na imprensa mundial, a queda de Kadafi também parece próxima. Os “rebeldes” – a mídia evita realçar os bombardeios da Otan – já teriam ocupado parte de Trípoli. Barack Obama, o embusteiro que prometeu reduzir a ação belicista dos EUA, encurtou suas férias para comemorar o desfecho do ataque. “O regime de Kadafi está acabado e o futuro da Líbia pertence ao povo”. Que povo?

Capitalistas estão excitados

Na Europa em frangalhos, o francês Nicolas Sarkozy e o britânico David Cameron anunciam uma reunião em Paris para discutir a agenda da “reconstrução” do país devastado. Cerca de 20 bilhões de euros do governo líbio, congelados em bancos da Inglaterra e Alemanha, seriam liberados para as obras, que teriam a participação das poderosas empreiteiras francesas e britânicas.
O mundo capitalista em crise está excitado. As bolsas de valores dos EUA e da Europa subiram, com seus pregões sendo puxados pelas ações das empresas de petróleo e gás. Segundo o Estadão, o clima de entusiasmo também atiça os rentistas brasileiros. “Os investidores estão otimistas quanto à possibilidade do fim dos conflitos da Líbia, que interromperam as exportações de petróleo”.

As reviravoltas de Kadafi

Como aponta Saul Leblon, da Carta Maior, o mundo capitalista pouco se importa com os 1.700 líbios mortos nas primeiras horas de combate em Trípoli. A tal “intervenção humanitária” da Otan, repetida milhões de vezes pela mídia, é conversa para enganar os trouxas. O que está em jogo na Líbia são suas riquezas, principalmente o petróleo. Kadafi virou um estorvo. Por isso, ele deve cair!
Kadafi já foi considerado vilão, aliado do bloco soviético e inimigo do “livre mercado” e da “democracia liberal” – principalmente quando estatizou o petróleo do país. Depois, acuado com o fim da URSS, ele renegou o seu passado nacionalista, virou amigo das potências imperialistas, tirou fotos com os “líderes ocidentais” e assinou estranhos contratos com as multinacionais.

“Rebeldes” sem povo

A recente revolta no mundo árabe, que derrubou vários carrascos aliados das nações imperialistas – que nunca foram rotulados de ditadores pela mídia colonizada – mudou a geopolítica da região e abalou os interesses das corporações. Era preciso derrubar, também, Kadafi. Afinal, ele nunca foi visto com bons olhos pela burguesia internacional.
Mas, diferentemente das outras nações árabes, onde multidões ocuparam as ruas na luta por democracia, na Líbia não ocorreram protestos massivos. A única forma de derrubar Kadafi, o vilão que virou amigo e, depois, virou novamente ditador, era fomentar os “rebeldes”, armá-los e, principalmente, ajudá-los com os bombardeios da Otan. Do contrário, os “rebeldes” seriam derrotados.

O petróleo é o “troféu” das guerras

Na tragédia da Líbia, não há santos. O que está em jogo, é bom enfatizar, é o petróleo. Como apontou Michel Chossudovsky, num excelente estudo sobre o país, “a Líbia está entre as maiores economias petrolíferas do mundo, com aproximadamente 3,5% das reservas globais de petróleo, mais do dobro daquelas dos EUA... O petróleo é o ‘troféu’ das guerras conduzidas pelos EUA-Otan”.
“A ‘Operação Líbia’ faz parte de uma agenda militar mais vasta no Médio Oriente e Ásia Central, que consiste em ganhar controle sobre mais de 60% das reservas mundiais de petróleo e gás natural, incluindo as rotas de oleodutos e gasodutos”. Com 46,5 mil milhões de barris de reservas provadas (dez vezes as do Egito), a Líbia é a maior economia petrolífera do continente africano.

Privatizar a indústria petrolífera

Para Chossudovsky, a “ação humanitária” da Otan na Líbia serve “aos mesmos interesses corporativos” da invasão do Iraque, em 2003. “O objetivo é tomar posse das reservas de petróleo, desestatizar a National Oil Corporation (NOC) e, finalmente, privatizar a indústria petrolífera do país, transferindo o controle e a propriedade da riqueza petrolífera para mãos estrangeiras”.
A estatal NOC está classificada entre as 25 maiores 100 companhias de petróleo do mundo. “O petróleo líbio é uma mina de ouro para os gigantes petrolíferos anglo-americanos. Embora o valor de mercado do petróleo bruto esteja atualmente pouco acima dos 100 dólares por barril, o custo do petróleo líbio é extremamente baixo”.

China e os objetivos geopolíticos

Além disto, a operação militar da Otan tem objetivos geopolíticos que pouco aparecem nos noticiários da mídia imperial. “Onze por cento das exportações de petróleo líbias são canalizadas para a China... A presença chinesa na África do Norte é considerada por Washington como uma intrusão... A campanha militar contra a Líbia pretende excluir a China desta região”.
Estas razões é que explicam a violência dos bombardeios da aliança militar dos países capitalistas – a Otan. Como alerta o escritor Michael Collon, o resto é pura manipulação midiática. “O problema é eles falam em ‘guerra humanitária’ e que gente de esquerda se deixa enganar. Seria melhor que lessem o que pensam os verdadeiros líderes dos EUA ao invés de olharem e assistirem a TV?”.

A “ingenuidade” dos cúmplices

“Escutem, a propósito dos bombardeios contra o Iraque, o célebre Alan Greenspan, durante muito tempo diretor da Reserva Federal dos EUA. Ele escreveu em suas memórias: ‘Sinto-me triste quando vejo que é politicamente incorreto reconhecer o que todo mundo sabe: a guerra no Iraque foi exclusivamente pelo petróleo’”. Collon critica a “ingenuidade” de certos setores da esquerda, que não aprenderam “nada sobre as falsidades humanitárias transmitidas pela mídia nas guerras precedentes”.
E cita o discurso de Obama para justificar os ataques à Líbia: “Conscientes dos riscos e das despesas da atividade militar, somos reticentes ao empregar a força para resolver os numerosos desafios do mundo. Mas quando os nossos interesses e valores estão em jogo, temos a responsabilidade de agir. Vistos os custos e riscos da intervenção, temos que calcular nossos interesses ante a necessidade de uma ação. A América tem um grande interesse estratégico em impedir que Kadafi derrote a oposição’”.

Considerações para a Líbia pós-Kadhafi

Western governments have helped prepare a blueprint for a post-Gaddafi Libya that would retain much of the regime's security infrastructure to avoid an Iraq-style collapse into anarchy.
The 70-page plan, obtained by London's The Times, charts the first months after the fall of the Gaddafi regime. The document was drawn up by the National Transition Council in Benghazi with Western help.
Officials say the blueprint draws on lessons from the disastrous regime change in Iraq in 2003 and the rebel takeover in eastern Libya in March.
The plans are highly reliant on the defection of parts of the Gaddafi security apparatus to the rebels after his overthrow. This is likely to prove not only risky, but controversial, with many rebel fighters determined to sweep away all vestiges of the regime.
The document includes proposals for a 10,000-15,000 strong "Tripoli task force", resourced and supported by the United Arab Emirates, to take over the Libyan capital, secure key sites and arrest high-level Gaddafi supporters.
It claims 800 serving Gaddafi government security officials have been recruited covertly to the rebel cause and are ready to form the "backbone" of a new security apparatus.
The blueprint contains plans for about 5000 police officers now serving in units not ideologically committed to the Gaddafi regime to be transferred immediately to the interim government's forces to prevent a security vacuum.
The documents claim that the rebel groups in Tripoli and surrounding areas have 8660 supporters, including 3255 in the Gaddafi army.
A mass defection by high-ranking officials is considered highly likely, with 70 per cent of them judged to support the regime out of fear alone.
The authors of the report also believe the escalation of NATO attacks to an "unbearable" level is a strong possibility.
The NTC in Benghazi confirmed the authenticity of the planning documents, but asked that The Times withhold details that could endanger rebel supporters working in Tripoli.
The rebel government's ambassador to the UAE and the head of the planning cell for the task force, Aref Ali Nayed, expressed regret the document had been leaked. But he said: "It is important that the general public (in Libya) knows there is an advance plan, and it is now a much more advanced plan."
The document shows detailed planning for key security, telecommunications, power and transport infrastructure - as well as for the country's famous classical ruins - to be secured in the hours after the regime's collapse.
Rebel leaders express concern in the document that Tripoli's population should not feel they are being "invaded" by troops from eastern Libya. Significantly, there are no plans to deploy rebel forces from the east in Tripoli. Instead "sections of Nafusa Mountain and Zentan freedom fighters" from the west would be moved to the capital and media messages would stress that there is "no external imposition on Tripolitanians". Most of Tripoli's interim security force would come from the city.
An internationally backed one-month program for the emergency supply of $US550 million ($532m) of gas and petrol to western Libya would begin immediately after the regime's fall in an effort to restore normal life.
There is also a UN-supported program to deliver immediate humanitarian aid, including bottled water, by land, sea and air, with support from key Muslim countries such as the UAE, Qatar and Turkey.
In the first minutes after the announcement that Gaddafi is no longer in control, a pre-recorded program of announcements by rebel leaders and clerics would initiate the Tripoli task force plan, call for calm and warn against revenge attacks on regime supporters. An FM radio station has already been prepared for the purpose in a nearby country. In the event of Gaddafi being killed or deposed, "strategic communications" planning suggests the NTC and its Western backers would be prepared to negotiate with his sons or what are described as "regime captains".
A series of lessons learnt from the takeover in Benghazi warns against the creation of multiple rebel groups in Tripoli and calls for a "clear plan to deal with a hostile fifth column".
Global Research Articles by Tom Coghlan / The Australian


segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Jorge Carlos Fonseca novo Presidente de Cabo Verde

Praia, 22 Agosto – Várias centenas de apoiantes de Jorge Carlos Fonseca saudaram, esta noite, em frente à sede de campanha a vitória do candidato apoiado pelo MpD, pela vitória nas presidenciais de domingo em Cabo Verde. Entre vivas e abraços, “Zona” teve de ser conduzido por um forte dispositivo de segurança para fazer o seu discurso de vitória na segunda volta destas eleições.
"Respeito o Governo legítimo de Cabo Verde”, disse Fonseca, acrescentando que o relacionamento com José Maria Neves, o Chefe do Governo, “será normal”.
Mas antes, o próximo Presidente da República de Cabo Verde, o quarto e terceiro eleito democraticamente, fez questão de saudar o povo cabo-verdiano, que, nas ilhas e nas comunidades no exterior, lhe ofereceu esta vitória eleitoral e que o elegeu como Chefe de Estado, afirmando que irá procurar merecer a confiança que lhe foi dada hoje nas urnas”.
Jorge Carlos Fonseca aproveitou ainda para tranquilizar os cabo-verdianos, garantindo que cumprirá “escrupulosamente, o compromisso" de ser "um presidente que exercerá de facto uma magistratura activa no plano político e moral na sociedade cabo-verdiana", sem prescindir "em caso algum, dos poderes que a Constituição confere ao Presidente da República”.
De acordo com o novo Presidente “ser eleito Presidente de Cabo Verde, no actual contexto e com tantos desafios que vivemos actualmente, impõe uma enorme responsabilidade sobre os ombros”. E uma delas tem a ver com a democracia cabo-verdiana. "Eu, como Presidente da República, darei o meu contributo para que a democracia seja cada vez mais moderna e mais avançada”.
Liberal