quinta-feira, 20 de junho de 2013
Cooperação entre a Europa e a África
Em primeiro lugar, quero dizer que cooperação não é ou não deve ser sobretudo trazer africanos a estudar na Europa, pois que muitos deles concluem aqui os seus cursos, habituam-se por cá, e depois já não se mostram dispostos a ir aplicar os seus conhecimentos nas terras onde nasceram e que vão continuando pobres, sem quadros.
Cooperar, querer ser bom para com os jovens africanos, também não é de modo algum incitá-los a vir para a Europa, no sonho de um Eldorado, e depois deixá-los aqui abandonados à sua pouca sorte e a todo um mundo de burocracias.
De um caso sei eu, de uma família portuguesa que trouxe do Chade um rapaz com um curso de enfermeiro e que depois ele se deparou aqui com toda a espécie de problemas, pois que não lhe reconheciam os documentos de curso nem sequer a carta de condução.
Foi necessário ir a Paris para que a embaixada chadiana na França testemunhasse a autenticidade de todos os seus documentos.
Depois, como tentou inscrever-se na Cruz Vermelha Suíça, para frequentar um estágio, teve de ir ao consulado suíço em Madrid solicitar autorização, visto, para ir a Genebra ter uma primeira entrevista, a que outras se sucederiam.
Ora, como é que um jovem africano sem recursos, instalado em Portugal, tem de fazer sucessivas viagens à França, a Espanha e à Suíça para tentar conseguir um emprego decente, dentro da área para a qual se preparou no seu país?
Por outro lado, um rapaz moçambicano que eu admiti na delegação da agência ANOP em Maputo, no ano de 1979, como estafeta, aprendeu ali comigo, e com os meus sucessores, o que era fazer notícias, tornou-se jornalista e hoje é proprietário tanto de um jornal como de uma revista. Ficou no terreno e é útil ao seu país, em vez de ter vindo estudar ou trabalhar para a Europa, por onde poderia ser tentado a ficar.
Serve este pequeno preâmbulo para defender a ideia de que a cooperação deverá ser acima de tudo ajudar as populações no território onde elas se encontram; e não de forma alguma atraí-las à Europa, onde pouco mais lhes resta muitas vezes do que a construção civil, as limpezas ou a apanha de fruta nas terras da Andaluzia.
O auxílio ao desenvolvimento ou a cooperação para o desenvolvimento do terceiro mundo deverá ser, sim, o auxílio financeiro para o desenvolvimento economico, social e político dos países mais atrasados, como a Guiné-Bissau, o Chade ou a República Centro-Africana.
Setenta por cento da ajuda actual é dada numa base bilateral, do género de Portugal a São Tomé e Príncipe. E trinta por cento de forma multilateral, por meio do Banco Mundial ou das agências especializadas das Nações Unidas.
Oitenta a 85 por cento do auxílio ao desenvolvimento é dado por instituições governamentais e 15 a 20 por cento por organizações privadas, como as ONG, as fundações e algumas associações humanitárias.
Alguns governos, como o francês, incluem assistência militar no seu conceito de ajuda ao estrangeiro, mas muitas ONG não acham bem que assim aconteça, pois que a ajuda deve ser sobretudo para as populações mais carenciadas; e de modo algum para sustentar regimes.
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Grandes doadores têm sido a União Europeia, os Estados Unidos, a França, a Alemanha, o Reino Unido, o Japão, a Arábia Saudita e a Turquia, mas nenhum deles chegou a atingir a atingir a meta estipulada pelas Nações Unidas: a de se dar pelo menos 0,7 por cento do Produto Nacional Bruto de cada um para os povos mais carenciados.
Apenas a Suécia, a Noruega, o Luxemburgo, a Dinamarca e a Holanda têm sabido dar ao Terceiro Mundo mais de 0,7 por cento daquilo que possuem.
Quanto à Cooperação portuguesa, maioritariamente bilateral, vai sobretudo para Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste, concentrando-se na educação e na governação.
Os programas de educação são largamente orientados para a formação de professores e para bolsas de educação universitária, enquanto os de apoio à governação procuram desenvolver a Administração Pública e a segurança, de modo a que haja polícias e militares mais bem preparados.
Quanto à ajuda multilateral portuguesa, é canalizada por meio da Comissão Europeia, do Banco Mundial, dos bancos regionais de desenvolvimento e das agências da ONU.
O Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento desempenha um papel central na coordenação, orientação e recolha de dados, para que se possam ajudar os países mais pobres.
Ao trabalhar neste domínio, Portugal, que de forma alguma se poderá considerar um país rico, tem em conta os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio, estipulados pela Assembleia Geral das Nações Unidas, na esperança de que em 2015 venhamos a ter um mundo muito mais justo do que o era no início do século XXI.
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No ano de 2010, de acordo com dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), a ajuda pública portuguesa ao desenvolvimento foi de 491, 21 milhões de euros; algo mais do que nos anos anteriores, tendo ido sobretudo para Cabo Verde, Moçambique e Timor-Leste.
Portugal tem-se esforçado para doar aos outros 0,34 por cento do seu Produto Nacional Bruto, mas os constrangimentos orçamentais não têm permitido consolidar e muito menos ultrapassar essa meta, pelo que o nosso país se mostra objectivamente muito menos generoso do que o são os escandinavos, os holandeses ou os luxemburgueses.
Curiosamente, não é só às antigas colónias que Portugal está a dar, mas também a países como o nosso vizinho Marrocos, que tem recebido de Lisboa bem mais do que Angola, a Guiné-Bissau ou São Tomé e Príncipe.
No período 2005-2010, a África recebeu 56 por cento da ajuda bilateral portuguesa ao desenvolvimento e a Ásia 24 por cento. JH (intervenção feita dia 19 de Junho de 2013 no Montepio Geral, em Lisboa, a convite de uma rede católica, Fé e Justiça Europa África)
segunda-feira, 17 de junho de 2013
A adoração do Sol, em Foz Côa
A Comissão Organizadora das celebrações nos Templos de Sol, tem a honra de convidar V.Exa. e acompanhantes a participar na celebração do Solstício do Verão, dia 21 de Junho, em Foz Côa e Chãs - – Pormenores do Programa, em http://www.vida-e-tempos.com/2013/06/celebracao-do-solsticio-do-verao-21-de.html........http://www.vida-e-tempos.com/2013/06/festa-do-solsticio-do-verao-aldeia-de.html
Vai ser celebrado na Pedra do Sol, também conhecida como a Pedra do Solstício, com cortejo alegórico, cerimónia mística com gaiteiros e violinos, leitura de poemas alusivos à estação, bem como homenagens na Pedra dos Poetas, ao investigador Adriano Vasco Rodrigues, aos poetas Manuel Daniel e Hamilton Tavares, figuras gradas do concelho e da região, e ao antigo jornalista da TSF, Fernando Cepeda, falecido em Angola, em Janeiro - Que se apaixonou pelos Templos do Sol, desde o primeiro dia em que aqui veio em reportagem.
Apoios: Junta de Freguesia de Chãs e Câmara Municipal de Vila Nova de Foz Côa - E ainda a colaboração da Associação Cultural, Desportiva e Recreativa de Chãs; Associação Banda Cultural e Recreativa de São Caetano;Clube Caça e Pesca de Muxagata e Chãs; Foz Côa Friends Associação e dos proprietários dos sítios onde se situam os dois monumentos pré-históricos.
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