sexta-feira, 24 de março de 2017

Bafatá: Alcatrão e electricidade

Bissau, 24 Mar 2017 (ANG) -  O governo vai dentro de pouco tempo alcatroar e colocar postos de iluminação pública na cidade de Bafatá, anunciou quinta-feira o primeiro-ministro, Umaro Sissoco Embalo.

O chefe do executivo, que falava à população da segunda cidade do país, no âmbito da segunda fase da Presidência Aberta que levou o Presidente da República, acompanhado de alguns membros do governo e corpo diplomático, a Bafatá para auscultar os problemas da populacao local, frisou que o projecto será executado "hoje e não amanhã.

Para o primeiro-ministro, o desenvolvimento das regiões constitui uma das principais prioridades da equipa que dirige, tanto assim que anunciou para o próximo dia 26, a cerimónia do lançamento da pedra para o alcatroamento da estrada que liga a cidade de Buba, na região de Quinara, a Catio, em Tombali.

Considerou a implementação deste projecto como "um acto inédito" e só possível "devido a visão e empenho do Presidente JOMAV", pois o mesmo vinha sendo adiado pelos sucessivos governos desde a independência a esta data.

"Ordenei ao ministro das obras públicas para proceder a execução desta obra, sob pena de ser detido pelo seu colega do Interior", explicou o Primeiro-ministro em tom de brincadeira, acrescentando que "quando o guineense quer, pode fazer de facto".

Por outro lado, Sissoco Embalo realçou os esforços do seu governo na colecta e "bom encaminhamento" das receitas públicas, o que permitiu com que os salários sejam agora pagos a 20 de cada mês e não no dia "25" como o agora Presidente da República mas na altura Ministro das Finanças costumava fazer.

Num outro teor, anunciou a criação de uma universidade na cidade de Bafatá, tendo advertido ao ministro da Educação, Sandji Faty a diligenciar-se neste sentido.

Na área de saúde, disse ter instruído ao Ministro da Saúde para, no quadro da cooperação com a República Socialista de Cuba no sentido de conseguir pelo menos 500 médicos para "acabar com mortes de mulheres no parto na cidade de Bafatá".

Outrossim, referiu ter ja ordenado ao Ministro do Ordenamento do Território, Sola Nquilin para proceder a nomeação dos próximos governadores das regiões baseando nas competências de cada um e não "olhando a cor política ou distinção de raça ou credo político ou religiosa".

ANG/JAM


terça-feira, 21 de março de 2017

Por uma naturalização mais fácil

Contradições da História. Se há 46 anos um natural de África, a residir em Portugal, dissesse que não era português, mas antes guineense, angolano ou moçambicano, poderia ter sérios problemas. Mas agora é completamente diferente: um africano que aqui se tenha instalado há 15 ou há 20 anos necessita de muito trabalho até conseguir ser naturalizado. Pedem-lhe documentos e mais documentos, certidões do país de origem, certificados de registo criminal, de lá e de cá. Fazem-no ir uma série de vezes ao SEF ou às Lojas do Cidadão, demonstrar que tem as contas em dia com a segurança social, etc. etc. Perdem-se vários dias de trabalho, com risco de se ser despedido, gasta-se muito dinheiro e fica-se largos meses à espera, até se conseguir um cartão de cidadão ou um passaporte da República Portuguesa.
As autoridades deveriam providenciar no sentido de ser muito mais fácil aos cidadãos dos PALOP há largos anos a viver em Portugal conseguir, se assim o desejassem, a nacionalidade portuguesa.