terça-feira, 8 de dezembro de 2015
Ceuta, por Xavier de Figueiredo
O livro "Ceuta primeira conquista de Portugal além-mar" é uma reconstituição histórica de um feito ou acontecimento que afirmou Portugal como nação que não se restringia ao espaço do Minho ao Algarve e lhe abriu as portas de um extenso império, que ia do Norte de África ao Extremo Oriente.
Nesta obra, com um prefácio do almirante Vieira Matias, o jornalista Xavier de Figueiredo, colaborador da Prestígio, conta o início da expansão de Portugal na África, na Ásia e nas Américas, antes de se terem povoado a Madeira, os Açores e as ilhas de Cabo Verde.
Aconteceu isso no reinado de D. João I, casado com a inglesa D. Filipa de Lencastre e pai de infantes tais como D. Duarte, D. Pedro, D. Henrique e D. Fernando.
A casa real portuguesa era profundamente cristã e entendia ser seu dever levar ao continente africano a fé que professava, de modo a tentar conseguir um retrocesso dos muçulmanos, que na altura em que Portugal se formou ainda dominavam uma grande parte da Península Ibérica.
Nesta edição da Monitorius, com ilustrações do contra-almirante João Braz de Oliveira, fala-se da nobreza e do brilho da cidade que os portugueses encontraram no litoral de Marrocos; e que ainda hoje se encontra adstrita a uma administração europeia, mais precisamente à espanhola.
É, pois, um livro de grande importância, este em que se descreve a forma como frotas reunidas no Porto e em Lisboa passaram por Lagos, no Algarve, e tomaram finalmente Ceuta, onde causaram uma grande mortandade.
O próprio rei D. João I e os seus filhos participaram na aventura, ao contrário do que acontece hoje em dia, quando ninguém vê um Presidente dos Estados Unidos ou da Rússia seguir à frente das tropas que são enviadas para os mais diversos territórios.
São mais de 170 as páginas em que Xavier de Figueiredo, natural da província do Huambo, em Angola, nos fala de Ceuta, de Tânger e de Alcácer Quibir, três nomes muito associados a tudo o que se fez, durante mais de século e meio, para que Portugal procurasse controlar o Noroeste da África, desde o Estreito de Gibraltar até às alturas da Mauritânia.
Ceuta viria a ser perdida por Portugal no século XVII, mas ficou como a memória de um povo que ousou ir mais além, não se contentando com as praias do Algarve, por mais belas que elas fossem.
Ousou até poder, até à segunda metade do século XX, quando começaram a soprar impetuosamente os Ventos da Mudança e foi imprescindível descolonizar.
É assim a História. Impérios que nascem, que se arrastam no tempo e depois morrem, para dar origem a outras realidades.
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