quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Um livro que faz a propaganda de Herman José

1. No livro Herman, de António Costa Santos, editora Guerra e Paz, na página 29 faz-se confusão entre o Fado Falado, de Aníbal Nazaré, Nelson de Barros e Victor Almeida, e a Procissão, de António Lopes Ribeiro (Tocam os sinos na torre da igreja...). Dois textos completamente diferentes, só que ambos foram gravados por Villaret.

2. Na página 77, afirma-se que há 40 anos (em 1971?) Amélia Rey Colaço vivia num palacete com o marido, quando na verdade Robles Monteiro já falecera em 1958.

3. Na página 151 o nome da cançonetista Fernanda Farri aparece escrito como Ferri.

4. Para além destes aparente lapsos, o livro, cuja primeira parte se lê bem, aí até à página 138, depois começa a cansar um bocado, dado o tom excessivamente laudatório, algo acrítico, que é utilizado para se descrever a carreira do artista.

5. Devo recordar que tivemos cómicos mais versáteis, com grandes papéis dramáticos, como o detective de Solnado no filme Balada da Praia dos Cães e o inspector Malarranha do Nicolau no filme Os Imortais. Para além de tantos outros papéis de grande seriedade que o Nico nos tem dado no cinema.
Ivone Silva chegou a estar no Teatro da Graça, sob a direcção de Carlos Fernando.

6. Uma biografia não tem necessariamente de ser um panegírico. E um artista bem sucedido na vida não precisa de fazer alarde dos seus automóveis de grande luxo e das suas férias nos Emiratos.

7. A humildade é uma coisa muito bonita; tal como a justificação plausível de certas atitudes.

8. Costuma alegar Herman José que nunca trocou a nacionalidade alemã pela portuguesa para não ter de ir à tropa e ser mobilizado para a guerra colonial. Mas a verdade é que a guerra acabou alguns meses depois do 25 de Abril, tinha ele 20 anos. Já lá vão 37!

PS - A obra tem prefácio de Mário Soares e posfácio de José Hermano Saraiva. Mas o contributo destes Dinossauros Excelentíssimos não a torna necessariamente uma coisa de grande mérito.

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