domingo, 24 de fevereiro de 2013
Cavaco, Guterres e os demais culpados
Foi Cavaco Silva, e não Merkel, que enquanto primeiro-ministro permitiu o desbaratar de fundos europeus em obras faraónicas e inúteis, desde piscinas e pavilhões desportivos sem utentes, ao desnecessário Centro Cultural de Belém. Foi o seu ministro Ferreira do Amaral que hipotecou o estado no negócio da Ponte Vasco da Gama.
Foi António Guterres, e não Merkel, que decidiu esbanjar centenas de milhões de euros na construção de dez estádios de futebol. Foi também no seu tempo que se construiu o Parque das Nações, o negócio imobiliário mais ruinoso para o estado em toda a história de Portugal. Foi mais tarde, já com Durão Barroso e o seu ministro da defesa Paulo Portas, que ocorreu o caso de corrupção na compra de submarinos a uma empresa alemã. E enquanto no país de Merkel os corruptores estão presos, por cá nada acontece.
Mas o descalabro maior ainda estava para chegar. Os mandatos de José Sócrates ficarão para a história como aqueles em que os socialistas entregaram os principais negócios de estado ao grande capital. Concederam-se privilégios sem fim à EDP e aos seus parceiros das energias renováveis; celebraram-se os mais ruinosos contratos de parceria público–privada, com todos os lucros garantidos aos concessionários, correndo o estado todos os riscos. O seu ministro Teixeira dos Santos nacionalizou e assumiu todos os prejuízos do BPN.
Finalmente, chegou Passos Coelho, que prometeu não aumentar impostos nem tocar nos subsídios, mas quando assumiu o poder, fez exactamente o contrário. Também não é Merkel a culpada dessa incoerência, nem tão pouco é responsável pelos disparates de Vítor Gaspar, que não pára de subir taxas de imposto. A colecta diminui, a dívida pública cresce, a economia soçobra.
A raiva face aos dirigentes políticos deve ser dirigida a outros que não à chanceler alemã. Aliás, os que fazem de Angela Merkel o bode expiatório dos nossos problemas estão implicitamente a amnistiar os verdadeiros culpados.
Fonte: Paulo Morais
sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013
Guerra suja pelo Patriarcado de Lisboa
O que aconteceu com o padre José Nuno Ferreira da Silva e com a revista Visão foi um caso de bufaria e de falsa moralidade, visando impedir que determinada pessoa, no caso D. Carlos Azevedo, viesse eventualmente a ser cardeal patriarca de Lisboa.
Quando o padre Ferreira da Silva, em 2010, foi à Nunciatura Apostólica dizer que, mais de 20 anos antes, o padre Carlos Azevedo se teria aproximado dele com intuitos sexuais, quando estava num Seminário Maior, a caminho de ser ele próprio sacerdote, mais não fez do que bloquear o caminho a uma pessoa que entretanto se tornara bispo e que tinha hipóteses de vir a ser o sucessor do cardeal D. José Policarpo à frente do Patriarcado.
Quando agora a revista Visão decidiu desencantar a denúncia feita pelo padre José Nuno Ferreira da Silva, com mais de 20 anos de atraso, reforçou o bloqueio e ajudou as hipóteses dos outros possíveis candidatos à sucessão, como o bispo do Porto, D. Manuel Clemente, e o de Leiria-Fátima, D. António Marto.
Se o seminarista José Nuno Ferreira da Silva se sentiu incomodado, aos 19, 20 ou 21 anos, por ter tido uma abordagem menos correcta por parte do seu director espiritual, por que é que não se dirigiu logo nessa altura ao bispo da diocese onde estava? Ou quando muito, ao tornar-se padre, em 1989, aos 25 anos, não contou o caso à Conferência Episcopal, se achava que issso era assim tão importante?
Não senhor. Esperou por finais de 2010, quando estava a chegar ao fim o ministério do cardeal patriarca e o Vaticano deveria designar um sucessor, havendo fundamentalmente dois nomes em cima da mesa: Carlos Azevedo e Manuel Clemente.
Colocada perante este problema, a Santa Sé solicitou a D. José Policarpo que aguentasse mais dois anos, talvez à espera de que os ânimos acalmassem, para depois decidir com mais frieza e sem grande polémica.
Quando os dois anos estavam a chegar ao fim, surge em cena a Visão, a dar a martelada final, para que D. Carlos Azevedo, de 59 anos, não viesse mesmo a ser Patriarca de Lisboa; e consequentemente cardeal.
Estamos, aqui, perante um caso de homofobia e de guerrilha no seio da Santa Madre Igreja, para se decidir quem é que fica com um lugar muito cobiçado: o de sucessor de Manuel Gonçalves Cerejeira, de António Ribeiro e de José Policarpo.
É disto que se trata, de luta de influências, de conflito de interesses, não de preocupação pelo facto de algum padre de 32 ou 33 anos ter um dia, supostamente, manifestado intuitos carnais em relação a um seminarista 11 anos mais novo; mas não menor.
Não nos venham, pois, com falsas moralidades. (Até porque a Conferência Episcopal Portuguesa já sabia de há muito, e não só há dois ou três anos, de quais seriam as preferências afectivas ou sexuais do senhor D. Carlos Azevedo; sem que isso a incomodasse muito). JH
sábado, 16 de fevereiro de 2013
Estrangulamento entre os concelhos de Setúbal e Lisboa
A ponte que do Pragal se dirige a Lisboa é uma obra que há bem 15 anos se encontra ultrapadíssima, tornando muito urgente outra ponte, que do Barreiro se dirija ao Beato. Ou do Monte da Caparica ao Parque Florestal de Monsanto.
A ponte Vasco da Gama fica demasiado longe, para que desanuvie o trânsito que de Coina ou de Fernão Ferro se dirige para a Praça de Espanha, Telheiras e Benfica.
Nada por nada, por nada, pode justificar que um automobilista gaste meia-hora da zona do Fogueteiro até às cabines de portagem e às faixas da ponte que passa ao pé do Cristo Rei.
Foi uma grande obra feita na década de 1960; mas desde 1993/1995 está ultrapassada. Não serve para as necessidades do trânsito que circula entre os concelhos de Almada e Lisboa.
É urgente, urgentíssimo, resolver este problema, que envergonha todos os que vivem nos distritos de Setúbal e de Lisboa. Que envergonha Portugal.
quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013
É imperioso que as coisas mudem em Portugal
Oxalá houvesse um golpe, uma reviravolta, uma mudança radical da política portuguesa destes últimos nove anos, que tem sido desastrosa, apertando cada vez mais o cidadão, diminuindo-lhe o poder de compra, sobrecarregando-o de impostos.
Desde que Durão Barroso partiu para Bruxelas e passou a pasta a Santana Lopes, isto tem vindo de mal a pior.
Diminuíram substancialmente os prémios anuais que alguns recebiam, deixou de haver aumento de salários que ao menos acompanhassem a inflacção, cortaram-se os subsídios de férias e de Natal, elevaram-se os impostos a um nível incomportável, nomeadamente para os reformados, que chegaram a ficar com menos 420 ou 430 euros, etc.
O mínimo que podemos fazer é dizer bem alto, é escrever em todos os blogs possíveis, que não concordamos com o que tem vindo a acontecer de 2003 para cá, que não gostamos da inércia do Presidente da República, que exigimos uma Salvação Nacional.
Quando fez o terrível disparate de se candidatar à Presidência da República, minando a candidatura de Manuel Alegre, Mário Soares contribuiu para que Cavaco Silva chegasse a Belém, pelo que, também ele, é um dos responsáveis por este estado de coisas.
Mário Soares, Cavaco Silva, José Sócrates e Pedro Passos Coelho devem fazer parte de uma lista negra, de uma lista de pessoas que nos últimos nove ou 10 anos tornaram muito mais difícil viver em Portugal.
Espero bem que, a haver eleições legislativas dentro de dois anos, mais de metade dos portugueses tenha o discernimento suficiente para não votar PSD nem PSD. Tão depressa nenhum destes partidos deveria ficar em posição de conseguir formar novo Governo. O balanço de ambos é altamente negativo.
Jorge Heitor 14 de Fevereiro de 2013
segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013
Apos a renúncia de Ratzinger, dito Bento XVI
A comunidade internacional de cidadãos católicos não pode continuar a ser chefiada, apenas, por papas europeus, uma vez que quase três quartos dos cristãos que há no Mundo são de fora da Europa. O próximo Conclave é uma oportunidade a não desperdiçar.
Num Mundo em profunda evolução, bastante diferente daquele que existia há 100 anos, no período colonial, antes de a África, a Índia e o Paquistão se terem tornado independentes, parece já não fazer muito sentido que os papas sejam apenas da Itália, da Polónia, da ou da França.
Se hoje em dia nas Américas já existem muito mais cristãos do que na Europa, e se na própria África Subsariana eles já são quase tantos como na Europa, não é curial que a chefia da Igreja Católica continue a ser um feudo de europeus.
Segundo destacou no seu número de Dezembro a revista Além-Mar, dos missionários combonianos, estamos perante um mapa em mudança, no qual o cristianismo se radicou nos cinco continentes e se moveu de Norte para Sul. Já não é mais uma coisa essencialmente europeia; mas sim um fenómeno que em dois terços é do resto do Mundo.
Os cristãos já não chegam hoje em dia a representar sequer 33 por cento da Humanidade; e onde eles estão é sobretudo nos Estados Unidos, no Brasil, no México, na Rússia, nas Filipinas, na Nigéria, na China e na República Democrática do Congo. Não é na Alemanha, na França, no Reino Unido ou na Itália.
O maior salto, nestes últimos 100 anos, foi na África a sul do Sara, que de 1,4 por cento passou para 23,6 por cento da Cristandade, fenómeno que a hierarquia da Igreja Católica de modo algum reflecte.
Enquanto no Colégio dos Cardeais a maioria dos elementos não forem das Américas, da África e da Ásia, a Igreja não se poderá afirmar inteiramente ecuménica, instituição que a todos os continentes trata por igual.
O peso excessivo de cardeais italianos e de outras nacionalidades europeias é um legado da História; uma sequela da ordem mundial que havia há 250 ou 300 anos; e de modo algum reflexo do que é a realidade no século XXI.
Recentemente, foram promovidos a cardeais alguns prelados de fora da Europa; mas são ainda muito poucos, proporcionalmente falando. Um Sacro Colégio digno desse nome terá de ter muito mais rostos das Américas, da África e da Ásia. E até mesmos os próprios papas não poderão continuar a ser exclusivamente cidadãos nascidos em terras europeias.
Agora, que o papado de Bento XVI chega ao fim, dada a idade avançada do antigo cardeal Ratzinger, é boa altura para se avivar o debate, começando a admitir que a médio prazo seja eleito para a chefia da Igreja Católica alguém da América do Norte, do Brasil, das Filipinas ou da África.
A globalização, fenómeno económico e financeiro, também se deverá fazer reflectir nas grandes instituições de índole religiosa. Sob pena de as mesmas ficarem anquilosadas, presas ao Passado. Jorge Heitor
domingo, 10 de fevereiro de 2013
É urgente um Governo de Salvação Nacional
Inacreditavelmente, verifiquei que este mês veio de pensão menos 437 euros do que o habitual e nem consegui contacto com a Caixa Nacional de Pensões para perguntar se acaso se tinham esquecido de pagar os duodécimos, se estes só começariam a ser pagos para o mês que vem. Continuo sem saber. E continuo a ter dificuldade em acreditar que, com duodécimos e tudo, eu fique com menos 400 ou 500 meses por mês. Ninguém aguenta perder assim de um mês para o outro 20 por cento do seu rendimento mensal, da sua subsistência. Ao fim de 47 anos de trabalho. Quarenta e sete.
Comecei a trabalhar e a descontar aos 17 anos. Só parei quando a entidade patronal, o jornal PÚBLICO, me propôs o caminho da reforma antecipada, para benefício dela, para poupar. E agora não chego a receber sequer 1.770 euros ao fim do mês?
Isto é intolerável. Há oito anos, pelo menos, que notava que o nível de vida se estava a degradar em Portugal, que a austeridade era cada vez maior; mas o que aconteceu agora ultrapassou todos os limites.
Com a mesma veemência com que sempre critiquei a arrogância de José Sócrates, condeno agora este crime que está a ser cometido contra pessoas que apenas têm 1.700, 1.800 ou 1.900 euros ao fim do mês, depois de quase meio século de trabalho árduo.
Há muito que deixei de ir a espectáculos e de comprar discos. Também se pode dizer que muito raramente compro livros. Há alguns anos que deixei de ir de férias ao estrangeiro.
Será que isto é Viver? Não; não é. É pura e simplesmente sofrer, amargurado, por causa da má governação que nestes últimos nove anos tem havido em Portugal.
Praticamente desde a altura em que Durão Barroso foi para Bruxelas, as coisas têm vindo de mal a pior, ano após ano. E se o primeiro-ministro Pedro Passos Coelho tivesse consciência deste mal que está a ser feito a muitos cidadãos deveria demitir-se, propondo ao Presidente da República que organizasse um Governo de Salvação Nacional. Jorge Heitor
sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013
Redução de 20 por cento na pensão
Vi hoje a minha pensão substancialmente reduzida, quando a mesma foi depositada no banco. Procurei saber se já estavam ou não a pagar duodécimos e não consegui acesso telefónico, pois que várias chamadas para o Centro Nacional de Pensões foram infrutíferas. Diziam sempre que ligasse mais tarde. Depositaram-me hoje centenas de euros a menos no Banco e não sei quando é que os duodécimos serão pagos.
O não atendimento dos telefones, ao fim de uma série de tentativas, com a indicação de "tente mais tarde", é algo de exasperante, a complicar a vida a quem está a ficar com muito menos dinheiro de pensão. Creio que o Estado deve pedir desculpa aos cidadãos por todos estes contratempos.
Não me calarei perante estas iniquidades.
Pagam-me muito menos dinheiro (praticamente menos 20 por cento) e nem sequer há ninguém para esclarecer o que se passa quanto aos propagados duodécimos, referentes aos subídios de férias e de Natal que o ano passado me foram sonegados. 8 de Fevereiro de 2013
quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013
Mais de cinco anos de má situação em Portugal
Em Janeiro de 2008 ainda o antigo Presidente Mário Soares afirmava que Portugal "está bem" (encontrava-se então no Governo o Partido Socialista...). Mas a verdade é que já tínhamos perto de 580.000 desempregados, pessoas a sofrer e prontas para tudo: suicídio, roubo, prostituição.
Portugal só estava ou só está bem para antigos e actuais chefes de Estado, primeiros-ministros, deputados, banqueiros, empresários...
Não está bem para os que se encontram desempregados ou apenas ganham 1.600 ou 1.700 euros ao fim do mês, quando o aluguer de uma casa chega aos 580, 620, 670 euros.
Não está mesmo nada bem para a maioria da população, que vive num mundo completamente à parte dos que têm para cima de 13.000 euros no banco, casas em bom estado, grandes carros, rendimentos mensais acima dos 2.800 euros, etc.
Há um Portugal fictício, para 10 ou 12 por cento da sua população, que ainda se dá ao luxo de fazer férias no Brasil, nos EUA ou no Extremo Oriente. E um Portugal bastante duro, para a imensa maioria de nós, que desde o início do século temos vindo a deparar com dificuldades crescentes. Jorge Heitor 6 de Fevereiro de 2013
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