quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

G-Bissau: o país de todos os golpes

Guinea-Bissau's government has said it will set up a commission of enquiry into a foiled coup attempt two days
earlier which was followed by clashes that left at least two dead.

The announcement came as Jean Ping, chairman of the African Union, arrived in the west African country on Wednesday for talks and called the situation "a source of concern" for the AU.

"Directions have been given for the creation of a commission of enquiry to shed light on the situation and identify those responsible," a government statement said.

Ping said: "In light of my different meetings I think that the situation has now normalised."

He said he was "optimistic" as he left the country for Banjul, Gambia.

"Dialogue must be maintained between authorities, politicians, civilians and soldiers so that together, they can maintain peace, stability and national harmony," Ping said.

Guinea-Bissau's army chief, Antonio Indjai, announced on Monday that a coup attempt by a group of renegade soldiers who attacked army headquarters had been foiled.

History of coups

The former Portuguese colony is chronically unstable, with a history of coups and army mutinies which has made it a stomping ground for drug cartels who use it as a hub to traffic drugs to Europe.

The coup attempt came while ailing President Malam Bacai Sanha, 64, remained in a Paris hospital where he has been receiving treatment for an unknown condition since late November.
Fighting erupted between two factions of Guinea Bissau's armed forces early on Monday, forcing the prime minister to seek refuge at a foreign embassy.

Residents said automatic weapons and rocket fire could be heard at the Santa Luzia army base in the capital, Bissau, but no casualties have been reported.

"Apparently, it is friction between the army chief and the head of the navy," a Bissau-based diplomat said.

Indjai, Guinea-Bissau's army chief, said on Monday that the army and the government of Carlos Gomes Junior, the prime minister, were in control of the situation.

A Guinea-Bissau security source said the fighting broke out after Indjai was arrested on the orders of the head of the navy, Na Tchuto Bubo, but was later freed by his troops.

Indjai said authorities arrested Bubo in connection with the incident, but Bubo disputed the claim.

"For a week now, I have been spending nights at my home, not at the barracks. I was informed of the situation, I had no idea what is going on," Bubo said.

Past coups

Since independence from Portugal in 1974, Guinea-Bissau has been beset by a series of coups, military revolts and political assassinations.

The country's former president, Joao Bernardo "Nino" Vieira, was assassinated on March 2, 2009, hours after the head of the army was killed in a bomb explosion.

Less than a year later, mutinous soldiers seized the head of the armed forces and placed the prime minister under house arrest in an apparent coup attempt.

International drug trafficking networks have also taken advantage of the weak government and corruption to turn the country, whose main legal export is cashew nuts, into one of West Africa's transit points for Latin American cocaine headed to Europe.

The nation sits at the bottom of most economic and health indices, as the majority of people live without electricity or clean running water.

There are few job opportunities for young people and the average life expectancy is just 46 years.

Source: Agencies
Al Jazeera

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

A previsível conjura na Guiné-Bissau

Bubo Na Tchuto, Chefe do Estado-Maior da Armada da Guiné-Bissau, Watna na Lai, ex-Chefe de Estado- Maior do Exército, Cletche Na Ghana, ex-Vice-Chefe do Estado-Maior do Exército, Tchipa na Bidun, recentemente nomeado para a DINFOSEMIL (serviços secretos militares), e Augusto Mário Có, vulgo «Capacete de Ferro», foram ontem detidos na Guiné-Bissau sob a acusação de tentativa de Golpe de Estado.
A Guiné-Bissau é o país da esperança adiada, conforme já há oito meses escrevi.
Quando em Fevereiro do ano 2000 Kumba Yalá Kobde Nhanca, líder do Partido da Renovação Social (PRS), tomou posse como Presidente da República da Guiné-Bissau, alguns julgaram precipitadamente que terminara a era do PAIGC, que em 24 de Setembro de 1973 proclamara unilateralmente a independência.
Kumba batera por larga margem o então Presidente interino Malam Bacai Sanhá, mas o seu mandato não chegou ao fim, encontrando-se ele hoje em dia exilado no Reino de Marrocos, enquanto Sanhá é o Presidente, eleito há perto de dois anos.
O PRS vencera as legislativas de Novembro de 1999, mas a sua passagem pelo poder foi efémera; e no último acto do género efectuado no pequeno país já o Partido da Renovação Social não conseguiu mais do que 25,3 por cento dos votos, face aos 49,8 do velho Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), criado por Amílcar e Luís Cabral.
Aquilo que há 11 anos se julgava um marco na vida dos guineenses, a entrada em funções de um Presidente e de um Governo não saídos do PAIGC, foi apenas uma fase transitória; e hoje em dia o primeiro-ministro é mais uma vez o actual líder do partido dos Cabrais, Carlos Gomes Júnior.
Luís Cabral, primeiro Presidente, filho de um cabo-verdiano e de uma portuguesa, foi derrubado em 1980 por um guineense de etnia papel, João Bernardo Vieira, que por duas vezes viria a ser violentamente afastado do poder, respectivamente em 1999 e em 2009. Da última foi mesmo barbaramente assassinado.
Depois das esperanças de 1999 e de 2000 de que alguma coisa estaria a mudar na Guiné-Bissau, veio a triste realidade de que nada mudou substancialmente, devido à inexistência de condições objectivas para uma melhor governação.
A realização de eleições presidenciais e legislativas tem sido ali uma simples panaceia, conforme muito bem afirmou o sociólogo guineense Carlos Lopes, pertencente aos quadros superiores das Nações Unidas.
Ainda não se realizaram reformas profundas, não se desmantelou o enorme aparelho de segurança e não se fez justiça, de modo que não houve democratização. Nem em 1999, nem em 2000 nem em 2009.
O país, de 36.125 quilómetros quadrados, continou subdesenvolvido e, em última instância, à mercê dos militares saídos da estrutura de guerrilha que alcançou a independência mas não conseguiu adaptar-se aos novos tempos e garantir um futuro pacífico.
Os duros militares guineenses conseguiram derrotar as Forças Armadas Portuguesas, forçaram o saneamento dos cabo-verdianos que chegaram a ocupar cargos ministeriais, derrotaram os senegaleses que em 1998/1999 intervieram na guerra civil, ao lado de João Bernardo Vieira, e continuaram renitentes a quaisquer tentativas de modernização e de submissão ao poder civil.
Entrementes, alguns desses militares, hoje em dia pessoas com bem mais de 50 anos, deixaram-se envolver em questões de tráfico, fosse ele de drogas ou de armas.
Por tudo isto aqui exposto, com um Presidente da República e um primeiro-ministro não inteiramente senhores de si, com um Procurador-Geral pouco efectivo, com oficiais das Forças Armadas eivados de vícios, estávamos absolutamente preparados para que da Guiné-Bissau nos chegassem a qualquer altura más notícias.
Os acontecimentos das últimas 48 horas surgiram no contexto da fragilidade das estruturas locais e de toda a instabilidade que se vive na região ocidental da África. Hoje como há dois anos.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

A islamização da África Ocidental

The government's confused strategy has made little headway against the Boko Haram militia's shootings and bombings across northern Nigeria. The security services have turned the capital, Abuja, into an armed camp replete with spy cameras at major road junctions. On 13 December, President Goodluck Jonathan announced that the government would spend a staggering 921 billion naira (US$5.5 bn.) of the N4,749 bn. budget for 2012 on the armed forces and security services. This is a Boko Haram campaign bonanza for the generals and private security companies but the huge diversion of resources will not achieve its aims without a clear strategy to address the grievances that the militants exploit.
Throwing money and soldiers at Boko Haram may in the short term deter it from more spectacular attacks on landmark buildings in the capital but will do little to hold back operations from its base in north-eastern Nigeria. Well targeted attacks by the Islamist militants exacerbate the growing political and economic divide between the oil-rich south and the barren north. The national impact of this seems to have eluded policy-makers, who have failed to launch any political response to the militia's campaign, let alone provide education and other social services to ameliorate the often dire conditions in Boko Haram's home base.
Africa Confidential

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Deputados com grande falta de classe.

As palavras do deputado socialista Pedro Nuno de Oliveira Santos, licenciado em Economia, foram demonstrativas do baixo nível de uma parte da classe política existente neste país. Ao dizer que se estava "marimbando", como diria qualquer estivador ou peixeira, fez-nos lembrar de imediato a Opereta dos Vadios, na qual Francisco Moita Flores retratou há pouco a falta de classe de tantos dos que nas últimas décadas têm passado pelos partidos políticos portugueses.

Deputados com grande falta de classe.

As palavras do deputado socialista Pedro Nuno de Oliveira Santos, licenciado em Economia, foram demonstrativas do baixo nível de uma parte da classe política existente neste país. Ao dizer que se estava "marimbando", como diria qualquer estivador ou peixeira, fez-nos lembrar de imediato a Opereta dos Vadios, na qual Francisco Moita Flores retratou há pouco a falta de classe de tantos dos que nas últimas décadas têm passado pelos partidos políticos portugueses.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

O ano em que Kadhafi caiu

Este período histórico em que nasceu o Sudão do Sul e em que três países árabes do Norte de África perderam os seus dirigentes de longa data merece bem uma reflexão, numa revista que tão apropriadamente se debruça sobre os problemas do além-mar, sobre as situações existentes fora da Europa. A fome imensa que atormenta as populações de uma série de Estados e as convulsões que se registam noutros dominaram a actualidade africana ao longo do ano que ora se aproxima do fim; mais um ano em que o continente ainda não conseguiu ultrapassar aquele atraso de desenvolvimento que desde há muitas décadas nele verificamos. Quer seja pelas sequelas da colonização a que há um século se encontrava sujeito, por parte dos europeus, quer seja por outros e múltiplos factores que não é fácil analisar no simples espaço de duas ou três páginas de uma qualquer publicação.
Digamos apenas que se colocou talvez demasiada esperança no alastrar a outras terras da dita Primavera Árabe que principiou nas ruas tunisinas e egípcias; para depois falarmos quase que esquematicamente de uma dúzia de casos ocorridos ao longo de 2011, a mero título exemplificativo; uma vez que por cada situação abordada há sempre cinco ou seis que ficam por mencionar. Temos bem a consciência das nossas limitações, quando desejamos passar em revista um determinado período da História.
Gostaríamos de acreditar que a África é o continente do século XXI e que os factores de optimismo existem; mas por vezes é difícil. Dizem-nos que os conflitos armados estão a diminuir e que os africanos tomam o destino nas suas próprias mãos, mas isso é muitas vezes mais a linguagem de políticos bem intencionados do que a percepção geral da maioria das pessoas.
Na prática, há velhas cobiças que renascem; e outras que aparecem, do Leste e do Ocidente, em relação à África, mãe da Humanidade, que nela nasceu há cerca de 200.000 anos. África que em 2050 contará com mais de um quinto da população mundial em idade de trabalhar.
Da Tunísia ao Egipto
Depois de afastado no mês de Janeiro o Presidente tunisino Ben Ali, realizaram-se em Outubro as eleições para uma Assembleia Constituinte, ganhas pelo partido islamista Ennadha. Um dos prémios Sakharov deste ano foi atribuído pelo Parlamento Europeu, a título póstumo, a Mohamed Bouazizi, que se imolou pelo fogo no dia 17 de Dezembro de 2010 em Sidi Bouzid, e morreu duas semanas mais tarde, num gesto que desencadeou o vasto movimento popular que levou à queda do ditador que sucedera a Habib Burguiba e à sua fuga para a Arábia Saudita.
Entretanto, a forma trágica como morreu em Outubro o coronel Muammar Khadafi e como o seu cadáver foi exibido manchou o que poderia ter sido a alvorada de um novo tempo, com muitas promessas de democratização. Depois, a notícia de que a Líbiase iria reger pela sharia, "a lei islâmica ideal", também não ajudou muito quem estava à espera de um Estado que seguisse padrões culturais mais próximos dos europeus, mais de acordo com os valores dominantes na França e no Reino Unido. Mas só o ano de 2012 é que irá dizer como é que se irá desenvolver o novo sistema político, que tão desejado foi pelos países da NATO, sem os quais nunca teria havido mudança de regime.
O que se teme é que, com dirigentes mais dóceis, empresas das Américas, da Europa e da Ásia possam procurar tirar maior proveito das enormes reservas petrolíferas líbias, que são as maiores de todo o continente africano. Isto num país sem coesão étnica, pois que se a norte tem árabes e berberes arabizados, com bolsas exclusivamente berberes, a sul tem tébus nómadas e semi-nómadas e a ocidente tuaregues. Um país que é constituído por três territórios bem distintos: a Tripolitânia, a Cirenaica e Fezzan.
Quanto ao Egipto, o Conselho Supremo das Forças Armadas, que substituiu o Presidente Hosni Mubarak, não tem conseguido impedir alguns actos de violência que são cometidos por agentes policiais, de modo que a esperança numa existência mais decente continua adiada.
Na África Ocidental
Depois de alguns meses de grande impasse, o Presidente eleito da Costa do Marfim, Alassane Ouattara, conseguiu tomar posse, enquanto o seu antecessor, Laurent Gbagbo era, detido, ficando a aguardar julgamento. Ouattara é um economista liberal, antigo quadro superior do FMI, e conta com toda a simpatia do Presidente francês Nicolas Sarkozy, enquanto Gbagbo é um historiador socialista bem visto em círculos evangélicos norte-americanos. Estes últimos temem sobretudo o facto de Ouattara ser proveniente de uma família muçulmana, radicada desde há muito na zona de fronteira da Costa do Marfim com o Burkina Faso.
Por outro lado, em Julho, alguns militares da República da Guiné atacaram em Conacri a residência particular do Presidente Alpha Condé, que fora eleito em Novembro de 2010, depois de décadas à frente da oposição. Foram detidas 38 pessoas, na sequência desse atentado contra um político escolhido de forma livre e credível, mas que é diabético e tem dificuldade em andar sem assistência.
Condé está a tentar retirar o país de um ciclo brutal de violência e de submissão aos interesses do narcotráfico internacional, bem patentes tanto no seu território como no da vizinha Guiné-Bissau, que continua a ser um dos países menos desenvolvidos do mundo, sempre no temor de novos derramamentos de sangue.
África Austral
Herdeiro do velho reino do Zimbabwe e do Monomotapa, que do século XI ao XVII ia do curso médio do Zambeze até à sua foz, entre as actuais cidades de Quelimane e Beira, o país que existe desde 1980 no território que chegou a chamar-se Rodésia continua a ser dirigido desde essa altura por Robert Gabriel Mugabe, que em vez de Presidente da República mais se comporta como um antigo tirano. O cobre, o carvão, o ouro, o manganés e as pedras preciosas permitem perpetuar-se no poder, apesar de ter perdido as eleições de 2008, de cujos resultados fez tábua rasa, manietando o verdadeiro vencedor, Morgan Tsvangirai, com um lugar de primeiro-ministro com um espaço de manobra cada vez mais reduzido.
A clarificação do que se está a passar em solo zimbabweano deveria ser um dos nossos desejos para o próximo Natal, para que não se arrastem por mais tempo sistemas como os do Zimbabwe, da Guiné Equatorial ou da Eritreia, que são tudo menos democráticos.
Enquanto isso, imediatamente a norte, e quase sem o mundo dar por isso, Michael Chilufya Sata, da Frente Patriótica, passou a ser no dia 23 de Setembro Presidente da República da Zâmbia, tendo como vice-presidente Guy Scott, na sequência de eleições que lhe deram um mandato de cinco anos, com 43,3 por cento dos votos expressos, face aos 36,2 por cento do seu antecessor, Rupiah Banda. Este último só esteve três anos no poder, mas aceitou muito bem a derrota nas urnas, ao contrário do que acontecera na Costa do Marfim com Laurent Gbagbo. Sata destacara-se por ter denunciado a forma agressiva como a China está a entrar na África e a falta de respeito pelos trabalhadores em muitas das empresas chinesas instaladas no continente africano.
Do Sudão ao Quénia
A forma suave como o Sudão do Sul, em grande parte cristão, se conseguiu separar de Cartum foi um bom augúrio para os que acreditam na inevitabilidade de novas fronteiras africanas, mais adequadas a um continente cuja superfície é bem superior ao conjunto dos Estados Unidos, da Europa Ocidental, da China e da Índia. No fim de Junho, o Conselho de Segurança das Nações Unidas criou a Força de Segurança Interina para a região fronteiriça desmilitarizada de Abyei, de modo a garantir a segurança nessas terras ricas em petróleo que existem entre os dois Sudões. A UNISFA foi dotada de cerca de 4.000 militares e de 50 polícias.
O Presidente Omar al-Bashir, procurado em vão pelo Tribunal Penal Internacional, foi em visita oficial à China, assinar um acordo de cooperação económica e tecnológica, bem como contrair dois empréstimos e estabelecer uma parceria para a exploração petrolífera (sempre ela, a pairar sobre o quotidiano de povos que sofrem fome e epidemias).
No mês de Julho, a FAO, a União Africana, o Programa Alimentar Mundial e outras instituições procuraram soluções para a crise alimentar desencadeada pela seca, os conflitos armados e outros males que afectam a Etiópia, o Quénia, a Somália, os territórios sudaneses e o Uganda. Dezenas de milhares de pessoas têm vindo a morrer e pelo menos 12 milhões encontram-se em situação de grande vulnerabilidade.
Já em finais de Outubro, do outro lado da África, a parte ocidental, soube-se que um milhão de pessoas estão em risco de fome no Níger e 700.000 na Mauritânia, países situados na área do Sahel, imediatamente a sul do Sara; e que entre si têm o Mali, que também não estará isento das sequências trágicas de uma seca prolongada.
A insegurança alimentar, se bem que disseminada, encontra-se particularmente em níveis de extrema urgência nas terras do Corno de África, tendo a fome sido declarada no Sul da Somália, um país que há mais de 20 anos não sabe o que é uma administração centralizada, antes constituindo uma autêntica manta de retalhos, formada por uma série de poderes. Um quarto dos 7,5 milhões de somalis são pessoas deslocadas, 50 por cento do gado chega a morrer e os preços dos cereais básicos atingem níveis recorde, o que leva a situações de catástrofe, nas proximidades de Mogadíscio, uma capital que só o é no papel.
O acesso das instituições humanitárias é muito limitado em cerca de metade do território nacional, devido à existência de milícias fundamentalistas. Como a Al Haraka al Shababaab, contra a qual o Exército do Quénia se aventurou na segunda quinzena de Outubro, na primeira campanha que desde há 44 anos efectua além-fronteiras. É sabido que a partir de Nairobi, capital queniana, os Estados Unidos e o Reino Unido dirigem grandes operações regionais de combate ao terrorismo.
Washington decidiu neste último trimestre do ano enviar para o interior da África alguns conselheiros militares, de modo a ajudarem o Uganda e outros países nas suas imediações a neutralizarem de uma vez por todas esse horroroso flagelo que é o dito Exército de Resistência do Senhor (LRS), de Joseph Konny, figura sinistra procurada pelo Tribunal Penal Internacional. Ao longo de um quarto de século, Kony tem vindo a aterrorizar populações não só do seu próprio território como, também, do Sudão do Sul e do Nordeste da República Democrática do Congo. JH
Revista Além-Mar n.609 Dezembro 2011

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Mistérios da Guiné-Bissau

Quinta-feira, 8 de Dezembro de 2011
Tragédia: cidadão espanhol chegou ontem a Bissau, teve um enfarte na Presidência da República e... morreu no HN Simão Mendes
NICOLAS ALBARASSIN, era espanhol e membro da Câmara do Comércio das Canárias, e chegou ontem a Bissau num voo proveniente de Dakar. Instalou-se no hotel Malaika. À noite, na companhia do C.T., da Câmara do Comércio, Industria, Agricultura e Serviços da Guiné-Bissau, deram um passeio pelas artérias de Bissau.
Regressou ao hotel, para uma noite de sono. Esta manhã, depois de ter tomado o pequeno-almoço, uma viatura veio buscá-lo para o conduzir à Presidência da República onde tinha um encontro de trabalho. Foi recebido por A.R., no seu gabinete, e a quem fez uma úncia pergunta: «Como está o Presidente da República?». A.R., respondeu, dizendo que o PR estava bem, que a saúde estava quase plenamente restabelecida.
Nisto, só se lhe ouviu um «ah!». Depois, a cabeça inclinou-se para trás e A.R., viu o sr. Albarassin cair ao chão. Houve uma tentativa de reanimação que não surtiu efeito, tendo sido transportado rapidamente ao hospital, onde chegou cadáver. A embaixada de Espanha foi logo contactada, e o corpo jaz agora na câmara frigorífica da morgue do HN Simão Mendes, a aguardar os procedimentoos para a sua trasladação. AAS
Publicada por António Aly Silva no Blog Diatadura do Consenso

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Que árabes que nós somos!

Alfama, Alcântara e Alvalade anseiam pelo triunfo da Primavera Árabe que há 10 meses começou a florir em Tunes e no Cairo.
Álamo, Alandroal, Albardo, Albarraque, Albergaria-a-Velha, Albergaria das Cabras, Albergaria dos Fusos, Albergaria dos Doze, Alberge, Albernoa, Albreiro, Albufeira, Albrunheira, Alburitel, Alcabideche, Alcácel do Sal, Alcáçovas, Alcafeche e Alcafozes também têm o coração a bater um uníssono com o dos marroquinos, tunisinos, líbios e egípcios.
Alcaide, Alcainão Grande, Alcaíns, Alcalva, Alcanede, Alcanena, Alcanhões, Alcantarilha, Alcaravela, Alcaria de Javazes, Alcaria do Coelho, Alcaria Queimada, Alcaria Ruiva, Alcarias Pedro Guerreiro, Alcarvas e Alcobaça sonham com um futuro risonho para o Maghreb.
Alcobertas, Alcochetes, Alcoentre, Alcofra, Alcoitão, Alcongosta, Alcordal, Alcornicosa, Alcoroches, Alcôrrego, Alcorriol, Alcorvel, Alcountim, Aldão, Aldeios dos Marmelos, Aldreu, Aldriz, Alfaião e Alfaiates sonham com Damascos a florir, frutos novos de uma Síria mais justa.
Alfândega da Fé, Alfazina, Alfarela de Jales, Alfarelos, Alfarim, Alfarrobeira, Alfebre do Mato, Alfebrinho, Alfeicão, Alfeizerão, Alfena e Alferrarede torcem pela democratização do Iémen.
Alforgermel, Alfontes, Alfouvês, Alfrívida, Alfundão, Algale, Algares, Algariz, Algarvia (e todo o Algarve), Algeriz, Algeruz, Algoceira, Algodor, Algodres, Algosinho, Algoso e Algoz encontram-se na expectativa sobre para que lado irá pender o Bahrein.
Alguber, Algueirão, Alhandra, Alverca, Aljaraz, Aljezur, Aljubarrota, Aljustrel, Almaceda, Almacinha e Almada interrogam-se por que é que a Argélia ainda está tão calma, ali entalada entre os fervores islamizantes que se notam em Marrocos e na Tunísia.
Almada de Ouro, Almadena, Almagreira, Almalaguês, Almancil, Almargem, Almarjão, Almeida e outros recantos de Portugal reflectem sobre o que é que irá acontecer na Jordânia e em Omã. Jorge Heitor

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Vasco Pulido Valente, o da última página

Está por lá há anos. Serve-se da última página para zurzir em tudo quanto mexe, pensa ou exista. Utiliza uma língua apelativa, seca,crua, dura. Ninguém lhe resiste.
Concordamos com ele algumas vezes, não nos revemos noutras.
No que me comove, não parece gostar de funcionários públicos. São uns parasitas miseráveis largamente responsáveis pela crise que vivemos.
Eu, médico, funcionário público convicto, integrado num serviço gabado e cobiçado além fronteiras, irrito-me. Não gosto, cheira-me a crítica seca, inconsistente, formada para agradar a leitores e a perpetuar proventos financeiros por surfar onda de moda.
O pior é que é profundamente hipócrita.
Vasco Pulido Valente é funcionário público.
Vasco Pulido Valente pertence ao quadro do Instituto de Ciências Sociais, bela escola de pensadores e críticos como António Barreto, Manuel Vilaverde Cabral, Maria Filomena Mónica, entre tantos outros.
Vasco Pulido Valente recebe com periodicidade religiosa e mensal o seu vencimento.
Mas Vasco Pulido Valente não dá uma aula, não escreve um texto, não dá uma conferência, não investiga, não publica, não nada, há 10 (dez) anos!!
Mas recebe, religiosamente, a cada mês o seu vencimento de funcionário público.
Portugal está em crise.
É bem verdade.
Mas é de valores que a crise mais se recente.
Vasco, o Rezingão, continuará a maltratar tudo e todos na última página e a receber, injustamente, o seu salário de funcionário público no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa.


Carlos Arroz
secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos
(recebido via Eduardo Costa Dias)

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Militares guineenses não toleram ingerências

O ministro da Defesa de Cabo Verde recomendou ontem à CEDEAO "prudência" na condução do processo de reforma da Defesa e Segurança na Guiné-Bissau, para evitar "factores de stress" e se prosseguir com o roteiro definido com a CPLP.

Em declarações à Agência Lusa, Jorge Tolentino aludia à resposta negativa dada quinta-feira pelo chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas (CEMGFA) guineense, António Indjai, que ameaçou demitir-se caso a Comunidade Económica dos Estados da África ocidental (CEDEAO) envie uma força de paz para a Guiné-Bissau.

"Trata-se de uma declaração que recebemos com toda a compreensão. Cabo Verde tem-se situado no quadro do roteiro CEDEAO/CPLP para a reforma das Forças Armadas da Guiné-Bissau e continuamos a acreditar que este é o quadro razoável, ideal, consensual, para que aconteçam mudanças significativas positivas na Guiné-Bissau", sustentou Tolentino. LUSA
Publicada por António Aly Silva

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Deus, o Diabo e o ministro da Economia

Primeiro Acto: Eu, Eu e só Eu
Segundo acto: Eu e os universos
Terceiro Acto: Eu, os universos e os Anjos
Quarto Acto: Eu, os universos, o Diabo e os Anjos e os dinossauros
Quinto acto: Eu, os universos, o Diabo, os Anjos e o Adão e a Eva e todos os outros
Sexto Acto: O que fazer com estes tipos?
Sétimo Acto: A Eternidade é demasiado longa...

O que aqui se escreve é o resumo da obra de 274 páginas que Álvaro Santos Pereira concluiu em Abril de 2006 e foi publicada no ano seguinte pela editora Guerra e Paz, sob o título "Diário de um Deus criacionista".
O actual ministro português da Economia informa que a Bíblia foi para ele "uma fonte importantíssima de inspiração e de investigação", mas que também leu Martin Rees, Richard Fortey, Richard Dawkins, Karen Armstrong e Robert Winston.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Diário de um Deus, por Álvaro Santos Pereira

"Eu e os universos e os Anjos e o Diabo e os dinossauros e o Adão e a Eva e Noé e Abraão e Sara e Moisés e todos os restantes protagonistas de todos os livros sagrados e todas as criaturas escritas por todos os profetas e todos os santos e todos os tementes do seu Criador, que sou Eu, Eu!, Eu!!!, só Eu e mais ninguém.", Àlvaro Santos Pereira, ministro da Economia da República Portuguesa, na introdução a um livro de ficção que publicou em 2007. "Diário de um Deus Criacionista".
****
Primeiro Acto: Eu, Eu e só Eu Segundo acto: Eu e os universos
Terceiro Acto: Eu, os universos e os Anjos
Quarto Acto: Eu, os universos, o Diabo e os Anjos e os dinossauros
Sexto Acto: O que fazer com estes tipos? Esta continua a ser a apresenção da obra que Álvaro Santos Pereira concluiu em Abril de 2006 e foi publicado no ano seguinte pela editora Guerra e Paz.
++++
"Esta é uma obra de ficção, e qualquer semelhança com a realidade poderá ou não ser coincidência. Só Deus saberá.", alertou Álvaro Santos Pereira, nascido em Viseu no ano de 1972 e doutorado em Economia pela Simon Fraser University, de Vancouver, no Canadá.
++++
"Realização Eu, Deus-Todo-Poderoso Produção Eu Argumento Meu
Maquilhagem Minha Fotografia Minha Montagem Minha" Álvaro Santos Pereira, na Colecção Tempos Modernos, da Editora Guerra e Paz.
++++
A primeira obra deste romancista fora O Povo Branco e a Revolução das Cores, que no entanto ainda não estava publicada quando em 2007 saiu o "Diário de um Deus Criacionista", de que aqui falamos.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Evocação de um dramaturgo de há 24 anos

"O hermafrodita colocou-se diante do espelho raro e a raridade suicidou-se.
Foi quando a janela aberta se apaixonou pelo espelho...foi então...foi então...- o poeta suicidou-se! (Tinha sido o espelho, evidentemente, a apixonar-se pela janela)"

Miguel Rovisco, Prémio Nacional de Teatro em 1986, com a Trilogia Portuguesa (que foi representada no Nacional), detentor de mais dois Prémios Garrett, suicidou-se em 1987, atirando-se para a frente de um comboio, em Belém, aos 27 anos. Deixou pelo menos 18 peças e oito cadernos de Poesia.
Mário Viegas idolatrava-o; o D. Maria II representou-o; o Teatro Experimental de Cascais dedicou-lhe a capa de um seu programa, quando dele representou A Lua Desconhecida; a Companhia Teatral do Chiado tem procurado que se lhe faça justiça. Mas o país, a generalidade do país, saberá quem foi este nome de peso na dramaturgia portuguesa das últimas décadas?
A obra do autor de Trilogia dos Heróis, O ano de 1641 e A Felicidade do Jovem Luciano foi em 2001 alvo de uma comunicação feita em São Paulo num congresso internacional da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Não deveria a Secretaria de Estado da Cultura promover a edição completa de todo o trabalho de Miguel Rovisco? Acho que sim.
Lia Gama, Zita Duarte, Santos Manuel, Marcantónio Del-Carlo, António Marques, João Vasco, Anna Paula, Carmen Dolores, Guida Maria, Irene Cruz, Isabel de Castro, Sérgio Silva e António Cerdeira foram alguns dos actores que tiveram o prazer de o representar, a esse dramaturgo tão novo e tão marcante, que disse: "Creio em Deus e em D. Quixote de La Mancha".

O mundo quase esquecido de Miguel Rovisco

Miguel Rovisco, Prémio Nacional de Teatro em 1986, com a Trilogia Portuguesa (que foi representada no Nacional), detentor de mais dois Prémios Garrett, suicidou-se em 1987, atirando-se para a frente de um comboio, em Belém, aos 27 anos. Deixou 18 peças e oito cadernos de Poesia.
Mário Viegas idolatrava-o; o D. Maria II representou-o; o Teatro Experimental de Cascais dedicou-lhe a capa de um seu programa, quando dele representou A Lua Desconhecida; a Companhia Teatral do Chiado tem procurado que se lhe faça justiça. Mas o país, a generalidade do país, saberá quem foi este nome de peso na dramaturgia portuguesa das últimas décadas?
A obra do autor de Trilogia dos Heróis, O ano de 1641 e A Felicidade do Jovem Luciano foi em 2001 alvo de uma comunicação feita em São Paulo num congresso internacional da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Não deveria a Secretaria de Estado da Cultura promover a edição completa de todo o trabalho de Miguel Rovisco? Acho que sim.
Lia Gama, Zita Duarte, Santos Manuel, Marcantónio Del-Carlo, João Baião, António Marques, João Vasco, Anna Paula, Sérgio Silva e António Cerdeira foram alguns dos actores que tiveram o prazer de o representar, a esse dramaturgo tão novo e tão marcante, que disse: "Creio em Deus e em D. Quixote de La Mancha".
Lia Gama, Zita Duarte, Santos Manuel, Anna Paula, Rogério Paulo e muitos outros representaram-no. Mas era bom que a televisão viesse a produzir uma grande parte das suas peças.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Portugal está com longos anos de atraso

No Verão de 1997 escrevi ao primeiro-ministro António Guterres a chamar a atenção para as novas pontes que deveriam começar urgentemente a ser construídas na área de Lisboa, para que não se verificasse um estrangulamento nas ligações entre o Norte e o Sul.
Há 24 anos já não havia na capital portuguesa nenhuma ponte que satisfizesse cabalmente o fluxo de trânsito para quem desejasse dirigir-se para as terras meridionais e regressar de lá sem grandes demoras.
Nessa carta de meados de 1997, chamei a atenção do Governo para o escândalo de se aguardar por vezes 30 minutos quando cerca das 20h30 se procurava regressar à cidade de Lisboa, vindo da Arrábida ou da Fonte da Telha.
Dez meses depois já havia a ponte Vasco da Gama, para Alcochete e o Montijo; mas isso não veio ajudar grandemente as necessidades do trânsito para a Caparica, o Seixal, o Barreiro, a Lagoa de Albufeira, o Meco e outras terras meridionais.
Não era dessa segunda ponte, apenas, que nós precisávamos, mas de mais duas ou três, a juntar à que a década de 1960 nos legara e que no fim da década de 1980 se encontrava já completamente saturada, incapaz de corresponder às necessidades dos novos tempos.
Em 1997, em 1998 e hoje era premente arrancar com novas travessias; nomeadamente de Beato/Marvila para o Barreiro e de Belém para a Trafaria.
Não o fazer é ficar com 15, 20 ou mais anos de atraso em relação às necessidades de um país que se pretende desenvolvido e já entrado no século XXI.
De cada vez que demoro mais de 25 minutos entre o Fogueteiro e a Praça de Espanha vocifero contra as autoridades deste país e contra a sua falta de iniciativa, por em 1999, 2002 ou 2010 não terem arrancado com as obras de uma terceira ponte na área de Lisboa, de modo a diminuir a pressão sobre o trajecto que nos foi legado pelo Governo de Oliveira Salazar.
Na década de 1960 realizou-se o que era necessário para essa altura; mas nos últimos 13 anos não tem existido a mesma capacidade de se facilitar a interligação entre as duas margens dop Tejo, na área da Grande Lisboa,
"Não avançar, já, já, já, para a terceira e a quarta pontes que ainda não temos parece-me criminoso e um atestado de menoridade para as pessoas que nos têm governado", dizia eu na minha carta de 1997 para o Engenheiro António Guterres. E entretanto passaram-se uns longos 14 anos, o número de viaturas em circulação aumentou e a necessidade de mobilidade também.
Queremos nós ficar tão pobrezinhos como uma qualquer Mauritânia ou ser de facto parceiros da Holanda e da Dinamarca?
Esta questão das pontes, na área da capital, parece-me bem reveladora da incapacidade de gestão da coisa pública ao longo das últimas duas décadas e meia.
Em certos aspectos, este país parece que se ficou por alturas de 1987/1988, não tendo conseguido ir mais além. Esgotou-se.

sábado, 12 de novembro de 2011

Presidente zambiano rende-se à China

After just two months in office, President Michael Chilufya Sata has made a complete turnaround in his attitude to China. He once criticised Chinese investors but now wants to use them to develop Zambia’s economy. The full force of his government is focused on reassuring its partners in Beijing, leaving workers and human rights groups to attack the activities of Chinese mining companies. In opposition, Sata (aka King Cobra) blamed Chinese investors for abuse and corruption; as President, he blames the former government for fraud in handing out working papers.

Every ministry that has any dealings with the Chinese government or Chinese companies has started a charm offensive. At a 28 October State House luncheon given by Sata for the Chinese community in Zambia, he told Ambassador Zhou Yuxiao that he would send Zambia’s founding President Kenneth Kuanda to Beijing to thank the Chinese government for its investment and aid. Rather than blame Chinese companies for unreliable construction projects or for bringing large numbers of Chinese labourers into the country, Sata blames the former government.

Africa-Asia Confidential

Contra a opressão na Guiné Equatorial

The Universal Human Rights Network in Washington D C is
gathering information on specific crimes against the rights of the
citizens of Equatorial Guinea within and outside of the country by the
administration of President Teodoro Obiang Nguema Mbasogo, please
note that this information is devoid of any political undertone, our
primary concern is the unheard voices of the oppressed people of
Equatorial Guinea, due to the small population of the country, a blind
eye has been turned on the daily abuses, violations and criminal
activities of the government of Teodoro Obiang Nguema Mbasogo, the
people are suffering in silence in the country and every opposition
has been suppressed beyond a bearable condition.

W are appealing to all and sundry to kindly contact the office
of Universal Human Rights Network in Washington D C through the
information supplied below with details of specific violations, crimes
and abuses of citizens of Equatorial Guinea, places and victims'
information within and outside the country of Equatorial Guinea.

With these valuable information we will be making a report to
the Office of The Prosecutor, otherwise known as OTP, International
Criminal Court at The Hague in Netherlands, we encourage people to
speak up and help the silent voices in Equatorial Guinea.

Thank you very much for your assistance and co-operation.

Ayo J Sotunbo
Chairman Board of Directors
Universal Human Rights Network.

CONTACT INFORMATION:
UNIVERSAL HUMAN RIGHTS NETWORK
419 7th STREET, NW, SUITE 401
WASHINGTON DC 20004

E-MAIL ADDRESSES:
INFO@UNIRIGHTS.NET

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Comissão trilateral consegue Governo da Grécia

Former European Central Bank vice-president Lucas Papademos has been named as Greece's new prime minister, following days of negotiations.
Mr Papademos, 64, said he was taking over at a "critical point" for Greece.
Leaders of the three main parties making up a new government of national unity had been meeting the Greek president to try to reach a deal.
Greeks will hope the news provides the stability to get them through their debt crisis, correspondents say.
Papademos, who is not a member of parliament, will head an interim government until elections can take place in February.
The govermment's main task will to ensure debt-laden Greece gets its latest bailout payment, by approving a new 130bn euro ($177bn; £111bn) international rescue package from eurozone partners and the International Monetary Fund.
"The president, after recommendations by political leaders who attended the meeting, has instructed Lucas Papademos to form a new government," the president's office said in a statement.
The new government will be sworn in at 12:00 GMT on Friday, a presidency official said.
German Chancellor Angela Merkel denied reports that France and Germany were preparing for a scaled-down eurozone, insisting that the only goal was to stabilise the zone in its current form and make it more competitive
Officials in the EU drastically cut the eurozone growth forecast from 1.8% to 0.5%, and said there was a risk of a new recession
Amid ongoing concerns over Italy crippling debt level and soaring interest rates, Italy raised 5bn euros from a new issue of bonds but at a one-year interest rate of 6.087%
Speaking after the announcement, Mr Papademos said his job "will not be easy but I am convinced the problems will be solved... in a quicker and more efficient way if there is unity and consensus".
He said the first priorities of the transitional government were to ratify the bailout agreed at an EU summit last month, and to implement the policies linked to it.
That will involve another round of austerity measures, which have already proved hugely unpopular with the Greek public.
Lucas Papademos is to take on one of the most unenviable jobs in Europe at the moment.
The bespectacled 64-year-old seemed the strongest choice in the current climate of turmoil.
He is seen as a non-partisan option, above the party politics that is so paralysing here. He is talked of by colleagues as a quiet, respected man - somebody who can steady the ship as it is buffeted by the waves of the financial crisis.
He helped Greece make the transition from the drachma to the euro - something he will now hope is a one-way process, and that there will be no disastrous exit from the eurozone as Greece's financial woes worsen.
Mr Papademos will clearly have strong European support given his past experience - but there will be some Greeks who see Europe's hand a little too clearly behind his appointment.

Greek PM's 'poisoned chalice'

Mr Papademos will replace Greece's outgoing Prime Minister George Papandreou, who was forced to step aside after a disastrous call for a referendum on the eurozone rescue package.
The referendum plan was dropped within a few days, but not before sparking the wider financial and political crisis which led to Mr Papandreou's forced withdrawal from the top job, even though he narrowly survived a confidence vote.
The new PM will also face a confidence vote in parliament, which is expected to happen on Monday, Greek state TV reported.
The Greek stock market jumped sharply when Mr Papademos arrived at the presidential palace to join the negotiations on Thursday morning.
Reports say Mr Papademos has accepted that the current Finance Minister, Evangelos Venizelos, remains in place.
The exact framework of the new coalition government is yet to be agreed.
In Italy, meanwhile, there was increasing speculation that former European Commissioner Mario Monti would take over from outgoing Prime Minister Silvio Berlusconi.
The markets appeared to calm amid hopes that the economist would take over the reins shortly, correspondents say, and borrowing levels fell back from the previous day's record highs.
Mark Lowen/BBC News, Athens

Um livro que faz a propaganda de Herman José

1. No livro Herman, de António Costa Santos, editora Guerra e Paz, na página 29 faz-se confusão entre o Fado Falado, de Aníbal Nazaré, Nelson de Barros e Victor Almeida, e a Procissão, de António Lopes Ribeiro (Tocam os sinos na torre da igreja...). Dois textos completamente diferentes, só que ambos foram gravados por Villaret.

2. Na página 77, afirma-se que há 40 anos (em 1971?) Amélia Rey Colaço vivia num palacete com o marido, quando na verdade Robles Monteiro já falecera em 1958.

3. Na página 151 o nome da cançonetista Fernanda Farri aparece escrito como Ferri.

4. Para além destes aparente lapsos, o livro, cuja primeira parte se lê bem, aí até à página 138, depois começa a cansar um bocado, dado o tom excessivamente laudatório, algo acrítico, que é utilizado para se descrever a carreira do artista.

5. Devo recordar que tivemos cómicos mais versáteis, com grandes papéis dramáticos, como o detective de Solnado no filme Balada da Praia dos Cães e o inspector Malarranha do Nicolau no filme Os Imortais. Para além de tantos outros papéis de grande seriedade que o Nico nos tem dado no cinema.
Ivone Silva chegou a estar no Teatro da Graça, sob a direcção de Carlos Fernando.

6. Uma biografia não tem necessariamente de ser um panegírico. E um artista bem sucedido na vida não precisa de fazer alarde dos seus automóveis de grande luxo e das suas férias nos Emiratos.

7. A humildade é uma coisa muito bonita; tal como a justificação plausível de certas atitudes.

8. Costuma alegar Herman José que nunca trocou a nacionalidade alemã pela portuguesa para não ter de ir à tropa e ser mobilizado para a guerra colonial. Mas a verdade é que a guerra acabou alguns meses depois do 25 de Abril, tinha ele 20 anos. Já lá vão 37!

PS - A obra tem prefácio de Mário Soares e posfácio de José Hermano Saraiva. Mas o contributo destes Dinossauros Excelentíssimos não a torna necessariamente uma coisa de grande mérito.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Pela Liberdade no Tibete

Days ago, Palden Choetso walked out of her nunnery, covered herself in petrol and set herself on fire while pleading for a 'free Tibet'. Minutes later she died. In the past month, nine monks and nuns have self-immolated to protest a growing Chinese crackdown on the peaceful Tibetan people.

These tragic acts are a desperate cry for help. Machine gun-toting Chinese security forces are beating and disappearing monks, laying siege to monasteries, and even killing elderly people defending them -- all in an effort to suppress Tibetan rights. China severely restricts access to the region. But if we can get key governments to send diplomats in and expose this growing brutality, we could save lives.

We have to act fast -- this horrific situation is spiraling out of control behind a censorship curtain. Over and over we have seen that when diplomats themselves bear witness to atrocities, they are motivated to act, and increase political pressure. Let’s answer Palden's tragic cry and build a massive petition to the six world leaders with the most influence in Beijing to send a mission to Tibet and speak out against the repression. Sign the urgent petition
https://secure.avaaz.org/en/save_tibetan_lives/?vl

Donna McCulloch, United Kingdom

Rosie Smith, United Kingdom

Jorge Heitor, Portugal

sábado, 5 de novembro de 2011

Nova vida, aos 76 anos

Saudi Arabia's Prince Salman bin Abdulaziz was named the kingdom's new defence minister in a royal decree read on state television.
The appointment of Prince Salman, 76, on Saturday follows the death last month of his elder brother Crown Prince Sultan, who had held the position for five decades.
Prince Salman, governor of Riyadh province for nearly 50 years, now controls the top-spending ministry in Saudi Arabia, which has long used arms purchases to turn its military into one of the best equipped in the Middle East and to bolster ties with Western allies such as the United States, Britain and France.
He is one of the most senior members of the al-Saud ruling family which founded and still dominates the desert kingdom in alliance with conservative religious clerics.
In a royal family that bases its right to rule on its guardianship of Islam's holiest sites in Mecca and Medina, Prince Salman is reputed to be devout and relatively outward-looking.
"He's intelligent, political, in touch with the conservative base, but also quite modern-minded," said a former diplomat in Riyadh interviewed by Reuters about the kingdom's succession process.
Since 1962, Salman has served as governor of Riyadh, and has more to do with foreign governments than many senior royals.
In a meeting with the US ambassador in March 2007, described in a cable released by WikiLeaks, Salman said the social and cultural reforms instigated by King Abdullah had to move slowly for fear of a conservative backlash.
He also argued against the introduction of democracy in the kingdom, citing regional and tribal divisions, and told the ambassador that a solution to the Palestinian-Israeli conflict was necessary for Middle East stability.
The previous defence minister, Prince Sultan, was also first in line of succession to become king of Saudi Arabia. Following his death last month, veteran interior minister Prince Nayef became crown prince in a choice that illustrated King Abdullah's concern for continuity and stability in the world's top oil exporter.
Al Jazira

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

O ditador Teodoro Obiang está em Cannes

Cannes, France, Nov. 4, 2011 /PRNewswire-USNewswire/ -- In the second day of G20 economic talks, President Obiang Nguema Mbasogo of Equatorial Guinea represented the priorities of the African Union. He stressed the need to take into account the requirements of developing emerging economies while emphasizing that Africa can be a part of a global solution to the tenuous world economy.
"The G20 must work with developing economies, especially those on the African continent, to insulate them from the current volatility in the global economy," said President Obiang. "We, as Africans, have responsibility for our own continent, but we must work together as a global community to solve this challenging economic situation."
President Obiang discussed with the leaders of the G20 the need to increase the speed of socioeconomic development in Africa and to build cooperation among the continent's nations. He also stressed that Africans must work independently to build the continent's economic capacity.
"In terms of the economy, the African Union must adopt the principle of independence with global cooperation," continued President Obiang. "We must show that Africa has its own voice and that it is able to assume the responsibilities on the continent in the international context."
President Obiang is also meeting directly with French President Nicholas Sarkozy. Of importance to the talks is the stability of the Central African CFA Franc, (XAF), which is pegged to the Euro (EUR), and is Equatorial Guinea's currency. President Obiang is the only head of state of the currency's area that is present for the for the Cannes meeting.
Equatorial Guinea has assumed an increasingly active role in international affairs in recent months. It will host the Africa Cup of Nations soccer tournament in January and recently held the tournament's 16-nation draw in the nation's modern conference center, Sipopo. Sipopo will also host the events associated with the African-South American Summit, bringing together ministers of foreign affairs from 65 countries this November and heads of state next year. In June and July, Equatorial Guinea hosted the AU Summit, also in Sipopo.

About Equatorial Guinea

The Republic of Equatorial Guinea (Republica de Guinea Ecuatorial) is the only Spanish-speaking country in Africa, and one of the smallest nations on the continent. In the late-1990s, American companies helped discover the country's oil and natural gas resources, which only within the last five years began contributing to the global energy supply. Equatorial Guinea is now working to serve as a pillar of stability and security in its region of West Central Africa. The country hosted the 2011 Summit of the African Union.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Tunísia: o alerta do povo berbere

Le 23 octobre 2011 la Tunisie a connu le premier scrutin à priori démocratique de son histoire. Les premiers résultats semblent donner l’avantage au mouvement islamiste Ennahda.

Faisant de l’identité de la Tunisie sa priorité, M. Ghanouchi, chef de ce mouvement islamiste, proclame : «Nous sommes arabes et notre langue c'est la langue arabe». Parle t-il au nom de sa personne ou au nom de tous les tunisiens ? En tout cas, il est utile de lui rappeler qu’historiquement la Tunisie est une terre d’abord amazighe (comme tout le reste de l’Afrique du Nord d’ailleurs) et qui a connu de nombreuses invasions de peuples et de civilisations d’origine européenne et orientale. La plupart de ces peuples ont cherché à s’imposer par la force et en tentant d’éradiquer la langue et de la culture amazighes autochtones. Mais malgré des siècles de génocide culturel, il subsiste aujourd’hui encore plusieurs millions de Tunisiens de souche amazighe, dont environ un million de locuteurs. Ceux-là ne sont certainement pas des arabes et leur langue n’est pas l’arabe.

M. Ghanouchi qui a passé 20 ans de sa vie en Grande Bretagne ne connait visiblement pas bien son pays. Nous lui accordons volontiers la liberté de se définir comme il l’entend mais il ne peut dénier à d’autres Tunisiens de se définir comme Amazighs.

Les araboislamistes utilisent sciemment un discours aux relents intolérants et xénophobes pour galvaniser les foules et accéder au pouvoir démocratiquement pour mettre ensuite la main sur les rouages de l’Etat. Ils auront ainsi détourné la révolte d’une jeunesse assoiffée de justice et de liberté, pour satisfaire les intérêts étroits du clan le plus conservateur de la société. Cela est inquiétant pour l’avenir du pays.

Les Amazighs (Berbères) dont la culture est empreinte de sécularité et qui sont toujours à l’avant-garde des combats démocratiques, continueront d’agir de manière déterminée, en Tunisie comme ailleurs, en faveur des principes et des valeurs qui fondent le progrès humain.

Le Congrès Mondial Amazigh appelle les institutions démocratiques de par le monde, les peuples épris de justice et de paix, les organisations de la société civile et les citoyen-ne-s, à se mobiliser pour accompagner la Tunisie vers une réelle démocratie et pour lui éviter toute forme de régression. Il y va de l’intérêt de toute la région Euro-Méditerranéenne.


Paris, 15/10/2961 - 27/10/2011
Le Bureau du CMA

www.congres-mondial-amazigh.org
congres.mondial.amazigh@wanadoo.fr

Rumo ao dramático Inverno Líbio

Les nouvelles images du lynchage du colonel Kadhafi qui commencent à être diffusées sur le net annoncent un « hiver libyen » plein de douceurs et de mièvreries… Mais au-delà de la mort atroce de l’ancien chef de l’Etat libyen, quelle est la situation sur le terrain au moment où ces lignes sont écrites ?
Plus que jamais, le CNT ne représente que lui-même et c’est d’ailleurs pourquoi il demanda avec une grande insistance, mais en vain, que l’Otan maintienne sa présence. Ce pseudo gouvernement sait en effet qu’il porte un péché originel : celui d’avoir été mis en place par l’Otan, donc par les « impérialistes » et les « mécréants ». Ses lendemains vont donc être difficiles. D’autant que ses principaux dirigeants, tous d’anciens très hauts responsables de l’ancien régime et donc des « résistants de la dernière heure », commencent à être mis en accusation par certains de ces chefs de guerre qui détiennent désormais les vrais pouvoirs.
Le président du CNT, Mustapha Abd el Jalil, a déclaré que la charia serait désormais la base de la Constitution ainsi que du droit, que la polygamie, interdite sous Kadhafi, serait rétablie et que le divorce, autorisé sous l’ancien régime, était désormais illégal. Enfermé dans leur européocentrisme, les Occidentaux ont considéré que ces déclarations étaient « maladroites ». Leur erreur d’analyse était une fois de plus totale car ces propos à but interne étaient destinés à amadouer les milices islamistes auxquelles le pouvoir du CNT est suspendu. Pour mémoire, Mustapha Abd el Jalil, l’ami de BHL, était le président de la Cour d’appel de Tripoli qui, par deux fois, confirma la condamnation à mort des infirmières bulgares et en 2007, le colonel Kadhafi le nomma ministre de la Justice. En dépit de son passé kadhafiste, Abd el Jalid est pourtant respecté par certains islamistes car il est proche des Frères musulmans, mais son pouvoir ne dépasse pas son tapis de prière.
La Libye est en effet éclatée entre plusieurs zones contrôlées par des chefs de guerre jaloux de leur autonomie et prêts à s’entre-déchirer, comme en Somalie. Ces territoires ont tous une ouverture sur la mer et une profondeur vers l’intérieur pétrolier ou gazier, ce qui fait que, comme je le disais il y a déjà plusieurs semaines déjà, le pays est aujourd’hui découpé en « touches de piano ».
Benghazi est sous le contrôle de plusieurs milices islamistes, elles-mêmes éclatées en un grand nombre de petits groupes plus ou moins autonomes, mais c’est à Tripoli que se joue l’unité de la Libye.
Dans la capitale, le chef du CNT, Mustapha Abd el Jalid s’appuie sur le TMC (Tripoli Military Council) qui engerbe plusieurs milices islamistes pouvant mobiliser entre 8000 et 10 000 combattants. Le chef du TMC, originaire de Tripoli, est Abd el-Hakim Belhaj dit Abu Abdullah Assadaq. Ayant combattu en Afghanistan, ce partisan du califat supra frontalier fonda le Libyan Islamic Fighting Group dans les années 1990. Ayant fui la répression anti islamique du régime Kadhafi, il retourna en Afghanistan où il fut arrêté en 2004 puis remis à la police libyenne avant d’être libéré au mois de mars 2010, à la veille de l’insurrection de Benghazi.
Durant la guerre civile, le TMC fut armé et encadré par les services spéciaux du Qatar et il reçut une aide « substantielle » de la part de certaines unités « spécialisées » de l’Otan. Ce fut lui qui prit d’assaut le réduit de Bab al-Aziya à Tripoli. Plusieurs autres milices islamistes se partagent la ville et n’acceptent pas le leadership reconnu au TMC par Mustapha Abd el Jalil. Pour encore compliquer l’embrouille locale, le 2 octobre, fut fondé le Tripoli Revolutionists Council ou TRC, par Addallah Ahmed Naker al-Zentani, originaire de Zentan mais indépendant des milices berbères de cette dernière ville.
A Misrata, les milices se considèrent comme l’élite des révolutionnaires et leur prestige est immense depuis qu’elles ont capturé le colonel Kadhafi. Ce furent certains de leurs hommes, gentils démocrates si chers aux médias français, qui lynchèrent et sodomisèrent vivant l’ancien guide et qui, comme « trophée », emportèrent son corps dans leur ville.
Misrata est sous le contrôle du Misurata Military Council (MSR), qui engerbe plusieurs milices dont la principale est la Misurata Brigade. La situation est cependant confuse car les combattants sont divisés en plusieurs dizaines de groupes commandés par des chefs indépendants rassemblant au total plusieurs milliers d’hommes. A la différence du TMC, le MSR n’a pas besoin d’aide étrangère car il dispose d’énormes quantités d’armes pillées dans les arsenaux de l’ancienne armée.
Les miliciens de Misrata ont une forte tendance à l’autonomie et ils ne semblent pas vouloir accepter de se soumettre au CNT. De plus, ils se méfient des originaires de Benghazi. Pour pouvoir espérer prendre le contrôle de la ville, le CNT devra donc, comme à Tripoli, s’appuyer sur certaines milices contre les autres, ce qui promet bien des « incidents ». Des tentatives de rapprochement ont été faites en direction de Salim Joha, chef de l’Union on Libya’s Revolutionary Brigades, mais rien de concret ne s’est produit pour le moment. Le CNT pourrait également tenter d’amadouer Misrata en nommant Abdul Rahman Swehli Premier ministre, ce qui lui permettrait du même coup d’échapper à la main-mise des clans de Benghazi.
Autre zone ayant échappé au contrôle du CNT, le pays berbère de Zentan avec sa puissante milice ancrée sur djebel Nefuza. Ce furent les Berbères qui permirent l’assaut sur Tripoli en prenant à revers les forces de Kadhafi, opération préparée par les forces spéciales de l’Otan.
Zentan est contrôlée par le Zentan Military Council (ZMC), dont les milices arborent le drapeau amazigh. Militairement, les milices berbères sont les mieux formées de toute la Libye, leurs cadres étant d’anciens officiers libyens. Les deux principales unités berbères sont la Zentan Brigade commandée par Muktar al-Akdhar et la Kekaa Brigade, chacune forte d’environ 1000 combattants. Ces milices ont refusé de quitter Tripoli en dépit des ordres du CNT, ce qui provoqua de graves tensions. Le 3 octobre, après un ultimatum du CNT, la Brigade Kekaa se livra même à une véritable tentative d’intimidation, paradant dans Tripoli et attirant la réplique des islamistes. La guerre civile fut alors évitée de justesse, mais ce n’est que partie remise…
Ceux qui, poussés par BHL, décidèrent d’intervenir en Libye et de s’immiscer dans une guerre civile qui ne concernait en rien la France, vont désormais porter la très lourde responsabilité des évènements dramatiques qui s’annoncent et qui vont se dérouler à quelques heures de navigation de nos côtes.

Bernard Lugan historiador francês http://www.bernardlugan.blogspot.com/
29/10/2011

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Luta pela Comissão da União Africana

YAOUNDE (Xinhua) - En attendant la formalisation de la prétendue bataille de succession à la présidence de la Commission de l'Union africaine (UA) pour le prochain sommet, la candidature annoncée de la ministre sud-africaine de l'Intérieur Nkosazana Dlamini-Zuma représente un défi au conservatisme du leadership au sein de l'organisation, de l'avis des observateurs.
Déjà en ces temps des crises et révolutions effrayantes et à effet de contamination, il apparaît comme peu évident d'imaginer que la désignation d'un nouveau président de la Commission de l'UA soit véritablement une des grandes préoccupations des leaders africains, jusqu'ici muets sur la mort du colonel Mouammar Kadhafi en Libye, note le socio-politiste Mathias Eric Owona Nguini.
« La bataille n'est pas encore engagée en termes de procédure. Mais, il convient de noter que les Sud-africains ont commencé à en parler depuis bien longtemps, ce n'est pas maintenant. Je pense qu'ils seront fermes là-dessus », a souligné sous couvert d'anonymat à Xinhua un ambassadeur africain en poste à Yaoundé, la capitale du Cameroun. Pour ce diplomate cependant, « la bilan de M. Ping dépendra de son maintien ou de son départ ». Et, a-t-il ajouté, « si on respecte la tradition de changement entre francophones et anglophones, je pense que les Sud-africains sont bien partis, et la candidate annoncée a des atouts ».
De l'avis de l'universitaire Owona Nguini, enseignant à l'Université de Yaoundé II, cette candidature traduit, dans le contexte actuel, surtout « une volonté du pouvoir sud-africain de réagir à la crise libyenne. Il est estime que Jean Ping a été trop timoré et qu'il est pro-français ». Une analyse partagée par d'autres analystes en Afrique et ailleurs. Il s'agit précisément, explique-t-il, d'« une volonté de relancer un positionnement de type renaissance africaine, dans une conjoncture où l'un des mentors de l'intégration africaine, aussi controversé qu'il ait pu être, a été neutralisé dans la lutte pour le pouvoir en Libye, entre la Jamahiriya et le CNT (Conseil national de transition, ndlr) ». « C'est aussi une manière pour l'Afrique du Sud de se donner une ressource supplémentaire dans sa stratégie d'apparaître comme la grande puissance africaine », a observé par ailleurs ce spécialiste des relations internationales.
Comme notamment dans la perspective d'une élection, le sortant Jean Ping a entrepris au cours des derniers mois une campagne en douceur sur la défense de son bilan, qui n'a pas notamment échappé aux observateurs avisés lors du dernier sommet des chefs d'Etat et de gouvernement de l'organisation continentale en juin-juillet à Sipopo, près de Malabo en Guinée équatoriale.
Le fait qu'il est le tenant du poste lui garantir naturellement une prime au sortant, juge Owona Nguini. « Le fait également qu'il est une personnalité assez lisse au plan idéologique, qui ne suscite pas de vive méfiance chez certains des chefs d'Etat » constitue un autre atout. De même, l'ex-ministre d'Etat gabonais en charge des Affaires étrangères, ajoute le politologue, « peut aussi compter sur des appuis extra-africains et particulièrement français, parce qu'il entretient globalement de bonnes relations avec les grandes puissances occidentales, surtout la France », qui peut peser en faveur de sa réélection, comme on l'a vue peser dans les décisions de l'UA lors de la crise ivoirienne.
Clos le registre des atouts, Jean Ping, à bientôt 69 ans, traîne à présent contre lui « son profil de grand bureaucrate » et, encore une fois, « sa position timorée face au désaveu des positions de l'Union africaine par les grandes puissances internationales, particulièrement occidentales, surtout dans le traitement de la crise libyenne », décrypte par ailleurs l'universitaire.
Désigné en février 2008, le Gabonais se croyait pourtant dans des eaux tranquilles. D'autant le renouvellement des hommes à la Commission de l'UA n'est pas apparu systématique jusqu'ici. Bien avant lui, le Malien Alpha Oumar Konaré s'est retiré de sa propre initiative, en raison de divergences de vues avec certains membres du club des dirigeants du continent. Contre toute attente, Nkosazana Dlamini-Zuma, ex-ministre des Affaires étrangères d'Afrique du Sud sous aujourd'hui chargée du portefeuille de l'Intérieur, vient bousculer l'establishment. Avec elle, le régime de Pretoria défend « son expérience diplomatique, sa connaissance des circuits de la politique internationale et panafricaine, parce qu'elle a longtemps occupé le poste de ministre des Affaires étrangères (1999-2009, ndlr) », estime Owona Nguini. Ministre de la Santé dans le premier gouvernement postapartheid formé après l'élection historique de Nelson Mandela en 1994, cet ex-épouse de l'actuel dirigeant sud-africain Jacob Zuma peut également se targuer du fait qu'elle a longtemps relayé le discours de l'ancien président Thabo Mbeki sur la renaissance africaine au sein de l'Union africaine, analyse encore le politologue. Mais, cette posture de chantre de la renaissance africaine pourrait tout aussi bien se révéler un inconvénient et ne pas favoriser de repositionner la présidence de la Commission de l'UA sur cette base, dans « la conjoncture actuelle dans laquelle l'UA a perdu de son lustre en raison de son efficacité limitée dans le traitement des crises ivoirienne et libyenne », tempère Owona Nguini.
Pour lui encore, la Sud-Africaine « peut aussi pâtir des solidarités culturelles francophones qui profiteraient alors à son principal concurrent, Jean Ping. Il faut également voir quelle sera la position du Nigeria : est-ce que le Nigeria sera favorable ou prudente vis-à-vis de cette candidature ? Elle peut aussi se heurter au conservatisme des chefs d'Etat qui ne sont pas toujours soucieux de renouveler leurs interlocuteurs à la tête de la Commission de l'UA ».
Pour l'heure, c'est au rythme d'un duel en coulisses que vibre l'organisation continentale, en attendant la formalisation de la bataille de succession dans l'agenda officiel du prochain sommet ordinaire des chefs d'Etat et de gouvernement en janvier-février 2012.

domingo, 30 de outubro de 2011

Líbia menos segura do que há 10 meses

TRIPOLI, Oct 30 (Reuters) - Libya's crude oil exports will jump to almost 350,000 barrels per day in November, more than double the volume sold the previous month, sources at the National Oil Company (NOC) told Reuters in an interview on Sunday.
The NOC plans to sell a total of up to 14 cargoes of oil from several fields, primarily in the east and at offshore sites which escaped the worst of the damage inflicted by the war and located in areas that were liberated soon after the uprising.
A further two cargoes were expected to be offered by Benghazi-based subsidiary Agoco, bringing the total to 16, the sources said.
The eastern firm took charge of sales during the fighting to provide rebels with a crucial source of income after sanctions froze most of Libya's $170 billion worth of assets.
Libya's crude oil exports virtually ground to a halt during the war, with just two cargoes leaving the country's ports until September, when the first flows began trickling back into the market.
Before the February uprising that toppled former leader Muammar Gaddafi and ultimately led to his capture and death just over a week ago, Libyan crude oil exports stood at 1.3 million bpd.
Agoco was due to hand over responsibility for sales in mid-November, the sources said.
At least eight cargoes of crude and condensate have been sold since Agoco's fields began pumping oil again almost two months ago, and several grades have been offered.

REFINERIES

Libya still has no plans to offer crude from Repsol's El-Sharara field however, as the first flows will be used to supply the country's largest online refinery at Zawiya. It can process around 120,000 bpd but has yet to return to full capacity.
There was no timeframe in place for marketing oil from the site, which is located deep in the south west and among Libya's largest fields, the sources said.
Libya's largest refinery, which accounts for around two-thirds of the country's refining capacity, was expected online towards the end of November, the sources said.
Ras Lanuf can process 220,000 bpd and the NOC chairman has previously said the plant would return to service by the end of the year, a forecast the NOC sources said was over-cautious.
The NOC's shipments will total around 600,000 barrels each, while Agoco was expected to sell its oil in larger cargoes of 1 million barrels, the sources said.
More streams of crude would become available for export, in a further sign the industry is slowly returning to normality. [ID: nL5E7LO31U]
The NOC planned to market crude from Total's Al Jurf, Eni's Abu Atiffel, Amna, Sirtica and Zueitina in November. Agoco would market cargoes of Sarir crude before handing control back to the NOC.

OBSTACLES

The rapid return of Libya's oil is still almost entirely owed to the efforts and sacrifices of local workers who have returned to fields that are still viewed as unsafe either due to the risk of attack by insurgents or maintenance issues.
But it could be many months before they are joined by the foreigners that make up a key part of the country's skilled workforce, which could hamper efforts to speed up flows at sites already in operation and restart other fields.
The largest contractors working on Libya's oil fields say most foreign companies still have no timeframe in place for returning evacuated staff, and few have volunteered to return.
New obstacles are emerging as firms negotiate who will provide security for workers vulnerable to attacks in the desert and in cities overflowing with weapons.
Foreign oil companies are keen to use their own security, but the interim government has said a special branch of the military will be trained up to protect the country's oil fields. [ID: nL5E7LR4G6]
And for the time being, with or without security, they are unwilling to commit to sending employees back to a country that is already seen to be plunging into a cycle of tribal violence and retribution, potentially undermining the new leaders and sending Libya back into chaos. (Reporting by Jessica Donati; Editing by Helen Massy-Beresford)

sábado, 29 de outubro de 2011

Lula tem uma doença cancerosa na laringe

estadão.com.br
SÃO PAULO - O ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, que fez 66 anos na última quinta-feira, foi diagnosticado com tumor localizado de laringe após realizar exames neste sábado, 29, no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Lula, que foi internado após queixas de dores na garganta, está, neste momento, no Hospital Sírio Libanês, informou o hospital. Segundo a assessoria de imprensa do ex-presidente, Lula deve deixar o hospital ainda hoje.
Após avaliação multidisciplinar, foi definido tratamento inicial com quimioterapia, que será iniciado nos próximos dias. Segundo boletim médico divulgado pelo hospital, Lula está bem e deverá realizar o tratamento em caráter ambulatorial. A equipe médica que assiste o Ex-Presidente é coordenada pelos Profs. Drs. Roberto Kalil Filho, Paulo Hoff, Artur Katz, Luiz Paulo Kowalski, Gilberto Castro e Rubens V. de Brito Neto.
Minutos depois da divulgação da notícia, os usuários do Twitter lançaram a hashtag #ForçaLula, com mensagens de apoio ao ex-presidente. O assunto já é um dos mais falados na rede social.
No mesmo hospital foi tratada com sucesso a atual presidente, Dilma Rousseff, de um linfoma não-Hodgkin em 2009, e recebe atendimento atualmente o presidente do Paraguai, Fernando Lugo, de uma doença similar a de Dilma. Os especialistas do Hospital Sírio-Libanês foram colocados à disposição pelo Governo brasileiro do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, quem optou por tratar-se em Cuba de um câncer na região pélvica.
Lula chegou ao poder em 2003 em no último 1º de janeiro entregou a faixa presidencial a Dilma, sua discípula política e vencedora das eleições de outubro de 2010. Nos últimos meses, Lula teve uma intensa atividade e viajou para dezenas de países. Ele recebeu homenagens pelo seu empenho na luta contra a pobreza e a fome.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Despacho brasileiro sobre Duarte Lima

No dia 07 de dezembro de 2009, por volta

das 22h00min., na rodovia RJ-118, a 100m do

entroncamento com a Rua 96, no Distrito de Sampaio

Correa, Município de Saquarema – RJ, o denunciado

DOMINGOS DUARTE LIMA, de forma livre e consciente,

com vontade de matar, desferiu disparos de arma de fogo

contra a vítima Rosalina da Silva Cardoso Ribeiro, causando-lhe

as lesões corporais descritas no Auto de Exame

Cadavérico de fls. 76/77 (Volume I), as quais, por sua

natureza, sede e extensão, foram a causa de sua morte

Conforme o apurado, a vítima Rosalina da

Silva Cardoso Ribeiro manteve relacionamento amoroso

com Lúcio Thomé Feteira durante 30 (trinta) anos, o que

findou com o falecimento desse, no ano de 2000. Além de

companheira, a vítima possuía contas bancárias conjuntas

com Lúcio Thomé Feteira e administrava seus negócios,

sendo seu patrimônio avaliado e torno de R$

100.000.000,00 (cem milhões de reais).

Inquérito Policial nº 021/2010
www.jn.pt/infos/pdf/Acusacao_Duarte_Lima.pdf
Formato do ficheiro: PDF/Adobe Acrobat
19 horas atrás – EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO. DA 2ª VARA JUDICIAL DA COMARCA DE SAQUAREMA -. RJ. Ref. Inquérito ...

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Pedido à NATO que supervisione o Norte de África

The head of Libya's transitional authorities has called for Nato to extend its mission in Libya until the end of the year.
National Transitional Council (NTC) Chairman Mustafa Abdul Jalil said the extension was needed to help Libyans trying to control surplus weapons and to deal with Gaddafi loyalists.
Nato has delayed a making a formal decision on when to end its mission.
It had made a preliminary decision to end operations on 31 October.
Diplomats had been expected to confirm that date on Wednesday.
"We hope (Nato) will continue its campaign until at least the end of this year to serve us and neighbouring countries," Mr Jalil told a gathering in Qatar of states that have supported the NTC's military campaign.
He said his appeal was aimed at "ensuring that no arms are infiltrated into those countries and to ensure the security of Libyans from some remnants of [ex-leader Col Muammar] Gaddafi's forces who have fled to nearby countries".
Mr Jalil added that the NTC wanted help "developing Libya's defence and security systems".
Nato, which has been operating in Libya since March under a UN mandate to protect civilians, said it would now make a formal decision on the length of its mission on Friday.
"As agreed, NATO continues to monitor the situation on the ground, and retains the capability to respond to any threats to civilians," said Nato spokeswoman Carmen Romero.
"The situation remains calm as the NTC continues to establish its authority."

Rights concerns

Speaking on the sidelines of the Qatar meeting, Qatari chief of staff Maj Gen Hamad bin Ali al-Atiya told Agence France-Presse that his country had deployed ground troops in Libya.
"The numbers of Qataris on ground were hundreds in every region," he was quoted as saying.
The small but gas-rich Gulf state, which has played a dynamic role in Libya, had previously acknowledged contributing to Nato's air campaign there.
Meanwhile, the NTC came under pressure from human rights bodies following questions surrounding the death of Col Gaddafi last week, and allegations that NTC forces may have executed dozens of their opponents.
"I call on all the armed forces to avoid any act of reprisal and arbitrary repression against both Libyans and foreigners," said Philippe Kirsch, the head of a UN commission of enquiry on Libya.
BBC

A Alemanha é quem mais ordena

MIGUEL MORA (El País) - París - 26/10/2011

Todos intentan lo mismo: que el Titanic no se hunda. Y todos saben que, si cayera la Italia de Berlusconi, también los viajeros de primera clase se hundirán. Son las horas decisivas para la Unión Europea, y Alemania decide los tiempos, las formas, los números. Francia va por detrás, tratando de poner algo de humanidad y calor donde Berlín solo ve trileros, derroche, indisciplina y una crisis política que solo se resuelve con más política y más austeridad. Nicolas Sarkozy lo resumió así en el habitual desayuno de los martes con miembros del Gobierno y del partido: "Jamás Europa ha estado tan cerca de la explosión".Sarkozy, incomprendido en casa, donde el 75% de sus paisanos censura su gestión de la crisis, según la última encuesta de Libération, busca en Bruselas un imposible. Habla de salvar el euro, de recapitalizar los bancos, de correr al rescate de los Estados en quiebra. Pero los medios franceses ya no tienen piedad. Afirman que París "ha perdido su credibilidad financiera" en Berlín, que sus propuestas, por justas que sean, "cada vez valen menos" al otro lado del Rhin, y que "los jefes" son Angela Merkel, el Bundesbank y... Jean-Claude Trichet.
Son frases de los diarios locales del lunes y el martes, un gancho al mentón del líder de un país que parece, como hace 70 años, casi resignado a perder su grandeur ante el poderío y la determinación de Alemania.
Arnaud Leparmentier, el periodista de Le Monde que cubre el Elíseo, subrayaba ayer las "sorprendentes diferencias" que separan todavía las respuestas a la crisis de Berlín y París. "Allí se habla de federalismo y se rescata la fórmula pronunciada por Churchill en 1946, los Estados Unidos de Europa; los franceses siguen en el terreno de juego fijado por los mercados, mientras los alemanes definen su debate en términos políticos, en el cuadro de una democracia parlamentaria madura".

Losas domésticas

Sarkozy lucha en desventaja, con varias losas domésticas: el sistema gaullista, que cada cinco años designa un monarca civil, parece una antigualla Luis XV ante el rigor incorruptible del Bundesbank y la ética protestante del Bundestag. Los últimos Gobiernos franceses han despreciado olímpicamente el pacto sobre el déficit para primar el crecimiento. Una parte de la derecha local ve con buenos ojos el fin del euro (y de hecho ayer mismo lo pidió madame Le Pen, presidenta del Frente Nacional). La ciudadanía, cansada de la vulgaridad y corrupción del sistema de poder, vive y gasta ajena a estos problemas. Y la alternativa socialista no atiza el fuelle europeísta, incapaz como fue de ganar en 2005 el referéndum por el tratado europeo.
Alemania consideró aquello una traición, y seguramente la desconfianza dura todavía. No hace ni cuatro meses, en un alarde, Francia suspendió la libre circulación de personas y endureció el tratado de Schengen. Por un puñado de tunecinos. Ahora, su problema es que tiene más que perder en el Titanic que Alemania. Y no solo por la altísima exposición de sus bancos. Como escribía ayer Leparmentier, "desde hace 60 años, Francia intenta que Europa sea el principio de Arquímedes de su influencia; y se vería incapaz de escoger entre una Europa latina excluida del euro, y Alemania, su primer socio, que le sirve desde hace medio siglo como un modelo de virtud".

Atenas entre a Turquia e Bruxelas

La relation entre la Grèce et l'Europe est complexe. Sans l'appui financier et militaire des grandes puissances européennes, le pays hellène aurait eu du mal à se libérer du joug ottoman il y a moins de deux cents ans et à prendre son indépendance.
Paris, Londres et les autres, qui invoquaient alors le passé prestigieux de la Grèce antique, berceau de la démocratie, rappellent aujourd'hui à Athènes sa dette.
Dans son roman, Le Dicôlon (paru en 1995 en Grèce et traduit en 2011 chez Verdier), Yannis Kiourtsakis évoque ce rapport difficile à l'Europe et le poids de cet héritage antique : "Cette admiration transformait notre sentiment d'infériorité permanent à l'égard de l'Europe et des Européens en sentiment de supériorité inébranlable, puisque - nous le sentions bien - rien désormais ne pourrait faire descendre la petite Grèce du piédestal sur lequel, depuis bien des siècles, l'Histoire l'avait installée à tout jamais dans la conscience universelle !"
L'entrée dans l'Europe, puis dans l'euro, tout comme les Jeux olympiques de 2004, ont fait croire que c'était arrivé : la Grèce était à égalité. L'argent était aussi facile à dépenser qu'à emprunter pour les particuliers et encore plus pour les gouvernements. La crise est venue. La Grèce est redescendue brutalement et douloureusement de son piédestal.
Alain Salles/Le Monde

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Os Contos Proibidos do PS de Mário Soares

Mário Soares sugeriu que o grande poeta Manuel Alegre saia do Partido Socialista, pois não suporta que ele lhe esteja a fazer sombra na campanha presidencial.
Para Mário Soares, só ele próprio é que existe e quem lhe prestar vassalagem. Não admite espíritos independentes.
Que será feito de Rui Mateus, que há alguns anos se atreveu a contar (em Contos Proibidos do PS) alguns dos procedimentos de Soares?
Que será feito de todos nós, os que não lhe prestamos culto?
Jorge Heitor 10 de Dezembro de 2005

*A mim, no fim de 2010 acabaram por me encaminhar para uma reforma antecipada; talvez precisamente por ter ousado fazer críticas a Soares e a Sócrates.

Enquanto uns esquiavam, outros empobreciam

O senhor primeiro-ministro da República Portuguesa, José Sócrates, magoou um joelho a fazer esqui na Suíça, enquanto o ministro das Finanças explicava que o funcionalismo público não poderá ser aumentado em mais de 1,5 por cento, uma vez que a economia está mal.
O senhor primeiro-ministro faz férias de Verão no Quénia e férias de Inverno na Suíça, enquanto o ordenado mínimo nacional não chega sequer aos 389 euros e a maior parte da população vê diminuir o seu poder de compra.
O senhor primeiro-ministro não sabe dar o exemplo de contenção a um povo que sofre e que tem talvez 480 mil desempregados.
É lastimável haver políticos assim, que se dão ao luxo de ir a safaris na África Oriental e a férias de neve na Suíça enquanto milhões de compatriotas seus estão no desemprego ou ganham menos de 1.400 euros por mês.

Jorge Heitor 1 de Janeiro de 2006 --- Recoloco aqui este post por o considerar actual e revelador do descalabro destes últimos seis anos; para já não falar do descalabro dos últimos 12 ou 13.

domingo, 23 de outubro de 2011

Eis o testamento do coronel Khadafi

"This is my will. I, Muammar bin Mohammad bin Abdussalam bi Humayd bin Abu Manyar bin Humayd bin Nayil al Fuhsi Gaddafi, do swear that there is no other God but Allah and that Mohammad is God's Prophet, peace be upon him.
I pledge that I will die as Muslim. Should I be killed, I would like to be buried, according to Muslim rituals, in the clothes I was wearing at the time of my death and my body unwashed, in the cemetery of Sirte, next to my family and relatives.
I would like that my family, especially women and children, be treated well after my death. The Libyan people should protect its identity, achievements, history and the honourable image of its ancestors and heroes.
The Libyan people should not relinquish the sacrifices of the free and best people. I call on my supporters to continue the resistance, and fight any foreign aggressor against Libya, today, tomorrow and always.
Let the free people of the world know that we could have bargained over and sold out our cause in return for a personal secure and stable life. We received many offers to this effect but we chose to be at the vanguard of the confrontation as a badge of duty and honour.
Even if we do not win immediately, we will give a lesson to future generations that choosing to protect the nation is an honour and selling it out is the greatest betrayal that history will remember forever despite the attempts of the others to tell you otherwise." The Guardian

As legislativas antecipadas de Marrocos

On ne le dira jamais assez, les voies de la politique au Maroc sont impénétrables. Les alliances se font et se défont au gré de ce que la conjoncture dicte comme opportunité liée à un besoin immédiat. Cela a toujours été le cas depuis au moins une quinzaine d'années pour ne pas diaboliser les coalitions actuelles. Dressons le tableau : d'un bout à l'autre du spectre partisan, les rapprochements obéissent peu ou prou aux affinités idéologiques ou à des systèmes de valeurs politiques et socio-économiques fédérateurs. Certes, comme on le crie sur tous les toits, «c'est la fin des idéologies».
Mais il y a toujours un minimum de critères qui doivent être présents dans tout projet politique commun. Aujourd'hui, il y a deux forces politiques majeures qui peuvent encore être renforcées en s'ouvrant à d'autres formations. La dernière en date est la coalition pour la démocratie formée de huit partis politiques. Il s'agit du PAM, du RNI, du MP, de l'UC, du Parti travailliste, du Parti socialiste, du Parti de la gauche verte et du Parti de la renaissance et la vertu, issu d'une scission avec le PJD. La création de ce pôle, annoncée il y a deux semaines, a jeté une pierre dans la mare. Plusieurs responsables de grands partis n'ont pas hésité à fustiger une telle alliance qu'ils ont qualifiée de contre-nature. Mais face à une Koutla (Istiqlal, USFP, PPS) qui a longtemps hésité avant d'annoncer sa résurrection via deux communiqués laconiques, le groupe des huit parait plus déterminé. Tambour battant, la coalition démocratique a pris tout le monde au dépourvu en communicant devant la presse, jeudi dernier, sur son programme commun.
C'est du concret quand bien même peut-on être critique vis-à-vis de sa teneur. La coalition a damé le pion aussi à la Koutla qui examine toujours une plateforme programmatique commune aux trois partis. Parallèlement à ces deux pôles politiques, il y a la gauche qui essaie tant bien que mal de resserrer ses rangs ou du moins à se retrouver autour de certains principes fédérateurs. Trois formations, à savoir l'USFP, le PPS et le FFD, n'ont pas renoncé à la coordination qu'elles avaient espéré élargir au Parti socialiste et au Parti de la gauche verte, deux formations qui se retrouvent désormais au sein de la coalition des huit. Aujourd'hui que le calendrier électoral est fixé par décret au dernier conseil de gouvernement, les partis ont de la visibilité. Le vendredi 25 novembre prochain est ainsi maintenu comme jour du scrutin, tandis que la campagne électorale débutera le 12 et prendra fin au 24 du même mois.
Il reste donc une vingtaine de jours aux partis politiques pour boucler plusieurs dossiers à la fois : les candidatures, les programmes et les éventuelles coordinations dans les circonscriptions difficiles. Le groupe des huit peut particulièrement rafler la mise s'il arrive à éviter les tacles qui peuvent naître de la course aux sièges. En orbite de tout ce magma politique se trouve le PJD. Un électron libre qui peut faire basculer la balance d'un côté comme de l'autre. A plus forte raison que les portes ne lui sont plus fermées comme avant. Dans son communiqué, la Koutla a bien signifié qu'elle reste ouverte à toute formation dans le cadre de la coordination. Idem pour la coalition démocratique qui refuse d'être cantonnée aux huit partis qui en constituent l'ossature. S'ajoute à cela le fait que l'Istiqlal et le PJD se prévalent du même référentiel islamique, un argument de force en faveur de leur rapprochement.
Par Mostafa Bentak | LE MATIN
--- Se bem que para o Partido da Justiça e do Desenvolvimento se possa vaticinar o primeiro lugar, ele nunca se traduzirá em nada que se pareça sequer com 15 por cento dos votos expressos. E do meio do grande leque de partidos desta monarquia constitucional emergirá a figura dominante de Sua Majestade o Rei.
Estas eleições só deveriam ter lugar no próximo ano, mas dados os acontecimentos em outros países árabes foi decidido antecipá-las para 25 de Novembro de 2011. Como que a colocar as barbas de molho.

sábado, 22 de outubro de 2011

Não são os bombardeiros que fazem a Primavera

"Quando Khadafi foi assassinado, não foi o 'povo' líbio que ganhou a guerra. Foram Sarkozy, Cameron e Obama", reconhece Pacheco Pereira, aceitando que a União Europeia e os Estados Unidos querem o controlo do petróleo líbio. E no mesmo artigo (pág.33 do PÚBLICO de hoje) desmonta o chavão de uma "revolução árabe", a que os líricos gostam de chamar Primavera. Finalmente, há quem na imprensa portuguesa seja capaz de falar claro quanto à bizarra aventura ocidental na Líbia.
"O que aconteceu no último ano no mundo muçulmano, os eventos na Tunísia, Egipto, Bahrein, Iémen e Síria, só para citar os casos mais relevantes, está longe de ser esclarecido e muito menos de ser conhecido. Com a grande apetência para a ilusão exótica e a vontade de wishful thinking que têm os media ocidentais, divulgou-se uma interpretação feita à medida mais das esperanças ocidentais do que das realidades locais", escreve Pacheco Pereira.
Estou totalmente de acordo, pois é mais ou menos isto o que tenho vindo desde há meses a escrever nest blog e em outros sítios.
"A intervenção da Força Aérea dos países da NATO foi fundamental para conseguir que os rebeldes entrassem em Trípoli e de lá escorraçassem o coronel Muammar Kahadafi", escrevo eu no número de Outubro da revista "Além-Mar", saído há três semanas.
"Na Síria, poderá ser qualquer outra intervenção militar estrangeira, nomeadamente turca, a fazer com que se cumpram, entre outros, os desígnios dos Estados Unidos e da União Europeia: que o presidente Bashar al-Assad seja afastado do poder", acrescento no mesmo artigo, que redigi o mês passado, para o número deste mês daquela revista dos missionários combonianos.
Ou seja, basta de chavões e de palavras bonitas quando nos estamos a referir a grandes jogadas internacionais viradas para o espaço compreendido entre o Magreb e o Médio Oriente.

A barbaridade da nova Líbia

Bloodied, wearing just a pair of khaki trousers, and dumped on a cheap mattress, Muammar Gaddafi's body has become a gruesome tourist attraction and a macabre symbol of the new Libya's problems.
Hundreds of ordinary Libyans queued up outside a refrigerated meat store in Misrata, where the dead dictator was being stored as a trophy. A guard allowed small groups into the room to celebrate next to Gaddafi's body. They posed for photos, flashing victory signs, and burst into jubilant cries of "God is great."
Wounds on Gaddafi's body appeared to confirm that he was indeed killed in cold blood in the chaotic minutes following his capture on Thursday. He was found in the town of Sirte, hiding in a drainage pipe. There was a close-range bullet wound on the left side of his head. Blood stains showed another bullet wound to his thorax. His body, subsequently driven to Misrata and publicly paraded, was barefoot and stripped to the waist.
Late on Friday the Gaddafi clan demanded a chance to bury the body. In a statement on a Syria-based pro-Gaddafi television station, the ousted dictator's family asked for the bodies of Gaddafi, his son Mo'tassim and others who were killed on Thursday by fighters who overran his hometown Sirte.
"We call on the UN, the Organisation of the Islamic Conference and Amnesty International to force the [National] Transitional Council to hand over the martyrs' bodies to our tribe in Sirte and to allow them to perform their burial ceremony in accordance with Islamic customs and rules," the statement said.
What to do with the fallen dictator's corpse is the subject of a row inside the National Transitional Council (NTC). Libya's interim prime minister, Mahmoud Jibril, arrived in Misrata to talk with local NTC representatives. They have made it abundantly clear they do not want Gaddafi to be buried in their town. The NTC leadership in Tripoli wants a solution quickly. One popular option is to bury him at sea, like Osama bin Laden.
The dispute threatens to overshadow NTC plans to declare a formal end to Libya's nine-month uprising . The council will announce from Benghazi, where the Libyan revolution began in February, that the project of national liberation is now complete. It will say a new, democratic post-Gaddafi era has begun.
The Guardian +++Recorde-se que, em 1969, Kadhafi chegou ao poder sem derramento de sangue; num golpe sem contornos macabros.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

É preciso não esquecer os berberes

Le numéro 22 de la revue Afrique réelle du 22 octobre 2011 est consacrée spécialement aux Berbères contenant plusieurs chapitres :

- Un peuple aux origines multiples
- L'Egypte : une création berbère ?
- Les pharaons berbères
- Les berbères durant l'antiquité
- Comment les berbères furent-ils arabisés ? Entretien avec Bernard Lugan

Nous republions l’éditorial signé par Bernard Lugan :

La guerre de Libye a replacé les Berbères au coeur de l’actualité. Le contentieux les opposant au régime du colonel Khadafi était à ce point fort qu’ils furent parmi les premiers à se soulever, juste après les Arabes de Benghazi en Cyrénaïque. Sans les Berbères, le régime libyen ne serait pas tombé puisque c’est en effet le front qu’ils ouvrirent depuis le djebel Nefusa, sur les arrières du bastion régimiste tripolitain, qui permit de couper la frontière avec la Tunisie, puis d’isoler Tripoli, ce qui permit ensuite la prise de la ville. Tout à son nationalisme arabo-islamique, le colonel Khadafi niait la question berbère. En 2007 il déclara ainsi :

« (…) les tribus amazighs (berbères) se sont éteintes il y a longtemps, depuis le temps du royaume de Numidie. Personne n’a le droit de dire « je viens d’ici ou de là-bas ». Celui qui le fait est un agent du colonialisme, qui veut diviser pour régner ». (Mouammar Khadafi, Discours à la Nation, le 2 mars 2007).

Les Berbères qui se désignent sous le nom Imazighen (Amazigh au pluriel), ce qui signifie « homme libre », constituent le fond ancien de toute la population de l’Afrique du Nord, depuis le delta du Nil jusqu’à l’Atlantique et de la Méditerranée jusqu’au Sahel. Les berbérophones ne subsistent plus aujourd’hui en tant que groupes homogènes que dans quelques isolats généralement montagneux ou dans des oasis.
Le monde berbère a eu son histoire propre durant plusieurs millénaires. A la différence de ceux de l’Est, les Berbères de l’Ouest ont constitué des Etats qui s’étendirent sur tout le Maghreb. A partir du VIIe siècle, l’islamisation, avec l’arabisation linguistique qu’elle implique, modifia en profondeur la berbérité, au point de lui faire perdre sa mémoire et ses racines.
Après les indépendances, les nouvelles autorités gouvernementales développèrent une extrême méfiance à l’égard de la langue berbère, le fait berbère lui-même étant vu comme un ferment de division, sa propre existence contredisant le mythe de l’ « arabité » du Maghreb. L’enseignement du berbère disparut ainsi au Maroc avec la suppression en 1956 de la chaire de berbère de l’Institut des hautes Etudes Marocaines de Rabat, et en 1962 avec la suppression de celle de l’université d’Alger.
Au Maroc, le nationalisme s’affirma initialement contre la berbérité, son adversaire principal n’étant pas tant la France que la montagne féodale et berbère. Comme l’amazighité affirmait la double composante du pays, arabe et berbère, le parti Istiqlal représentant les Arabes et les arabo andalous des villes, parla alors de dérive « ethnique », « raciste » et « xénophobe » menaçant de détruire l’Etat. L’inquiétude des élites arabo-musulmanes pouvait être compréhensible face aux déclarations de certains berbérophones. Aussi tard qu’en 2004, le grand intellectuel berbère Mohammed Chafik publia ainsi un article dont le titre explosif était « Et si l’on décolonisait l’Afrique du Nord pour de bon ! »,[1] et dans lequel il écrivait que « Les Imazighen en sont réduits à se sentir étrangers chez eux (…) Au fait, pourquoi le Maghreb arabe n’arrive-t-il pas à se former ? C’est précisément parce qu’il n’est pas arabe ».
En Algérie, figé dans sa gangue idéologique, le régime demeure aujourd’hui encore un jacobinisme arabo-musulman fondant sa légitimité à la fois sur la négation de l’histoire du pays et sur celle de sa composition ethnique. Ici, la question kabyle s’est posée avec une acuité particulière dès l’indépendance de 1962, rythmée par des épisodes sanglants ayant débuté par la guérilla du FFS en 1963, suivie par le mouvement du « Printemps berbère » en 1980, puis par la « grève du cartable » durant les années 1994-1995, par les émeutes de 1998 qui suivirent l’assassinat du chanteur Matoub Lounès et enfin par le mouvement dit des « Aarchs » en 2001 et 2002. Ces derniers mois, la tension n’est pas retombée.

A Guiné-Bissau de todos os perigos

As últimas notícias vindas da Guiné-Bissau indicam um cenário em que a diplomacia angolana, no âmbito da presidência da CPLP, terá de se empenhar com toda a inteligência requerida para que Bissau não volte a cair num clima de instabilidade.
Angola tem na Guiné um dos seus desafios na lógica da sua afirmação como país promotor da estabilidade no continente. Claro que a estabilidade depende mais dos próprios guineenses que da boa vontade angolana. E é aí que está o problema.
Nada na Guiné parece claro. Trata-se de um país onde, aparentemente, os desentendimentos pessoais, as raivas e os desejos de vingança entre ex-camaradas de trincheira parecem sobrepor-se à lógica dos interesses do Estado. Na Guiné parece nem haver espaço para o cinismo político, é tudo a ferro.
Neste momento, Sebastião Isata é o único angolano a trabalhar em busca da estabilidade na Guiné, isso como representante da União Africana. Os militares angolanos que irão ajudar na reforma do exército guineense ainda não foram nomeados. Enquanto isso, em Bissau a intriga corre, destapando medos e colocando alguns num estado de alerta que poderá descambar num “antes matar que morrer. Esse é o grande risco.

Zamora Induta é mesmo culpado?

As últimas notícias dizem que, citando relatório atribuído ao (então) Procurador-Geral da República, Amin Sad, Zamora induta terá sido o autor dos assassinatos do Presidente Nino Vieira e do general Tagme na Waye que ocupava o cargo de Chefe do Estado Maior General das Forças Armadas.
É verdade que Zamora Induta, na sequência de tais assassinatos, auto promoveu-se para o cargo de Tagme, ficando com o país nas mãos. Porque matar Tagme? Tanto Induta como Tagme eram homens de Ansumane Mané, o general que havia deposto Nino Vieira. Zamora poderia até ter razões para matar Nino (depois de ter ajudado a depô-lo e a força-lo a sair para o exílio, tê-lo de novo como Presidente e como Comandante em Chefe, poderia não ser coisa que Induta engolisse. Mas porque matar Tagme? Apenas para ser chefe das tropas?
O tal relatório atribuído a Amin Sad diz que Induta teria (ou o afirmou aos militares que foram executar as mortes, no dia 2 de Março) que o mandante dos crimes era o Primeiro Ministro Carlos Gomes Júnior. Gomes júnior, dizem os guineenses, foi uma criação de Nino Vieira, que lhe teria permitido tornar-se num próspero empresário. Há quem diga que Gomes júnior foi uma espécie de representante dos negócios de Nino Vieira. Que razões teria Gomes Júnior para matar o Presidente Nino Vieira? Gomes Júnior não se candidatou ao lugar de Nino, apoiou, antes, a candidatura de Malan Bacai Sanhá, como candidato do PAIGC, o mesmo partido que Nino Vieira derrotou nas urnas. Ao contrário de Carlos Gomes Júnior, Nino Vieira era um histórico do partido, do tempo da luta pela Independência, o facto de concorrer como independente não apagava a sua trajectória no PAIGC e na história da Guiné.
Pode-se dizer que com as mortes de Nino Vieira e de Tagme na Waye, Carlos Gomes Júnior passou a ter maior protagonismo, sem a sombra de um histórico na presidência, com a agravante de ter sido já Presidente até ter sido deposto por militares e de ter voltado e reconquistado o lugar nas urnas. Haveria aqui uma legitimidade reforçada e um sinal de que os guineenses teriam preferido o passado a outras experiências. Por seu lado, Zamora Induta via-se livre de Nino Vieira e consumava o seu afastamento definitivo, “não concluído na guerra de Ansumane Mané ; ocupava a chefia das forças armadas e obteria o verdadeiro poder na Guiné. Nos meses em que chefiou o Estado Maior, foi a impressão com que se ficou. Era Induta quem ditavas as regras no país.
Mas Induta e Tagme tinham um ponto mais a uni-los. Ambos teriam sido “afastados pelo general Veríssimo Seabra, depois deste ter morto Ansumane Mané e ter deposto o Presidente Kumba Yalá (PRS), entretanto eleito nas urnas contra Malan Bacai Sanhá (PAIGC). Veríssimo tinha estado com Ansumane na guerra contra Nino Vieira. Só quando Tagme assumiu a chefia do exército, depois da morte do general Veríssimo Seabra é que Zamora Induta recuperou algum protagonismo.

O narcotráfico e os suspeitos

Tagme na Waye não parecia ter ambições políticas. Não tinha carisma e também não tinha, na sua etnia balanta, o suporte de Kumba Yalá, por exemplo, que agora se converteu ao islão, um grupo religioso também muito forte na Guiné. Malan Bacai Sanhá também é muçulmano. Tal como o era Ansumane Mané. Nino Vieira e Veríssimo Seabra não eram muçulmanos.
Mas foi na chefia militar de Tagme e com a presidência de Nino Vieira, que surgiram as mais alarmantes notícias sobre o papel do território na rota do narcotráfico (Tagme dizia querer combater o narcotráfico). Também surgiram nomes associados. António Indjai e Bubo na Tchutu constavam da lista. Indaji era um militar do estado maior, um dos vices. Na Tchutu era o comandante da Marinha de Guerra.
A pressão internacional fez com que o Presidente Nino Vieira começasse a falar em combater o narcotráfico.
Tagme na Waye também se pronunciou. Ambos foram mortos.
As mortes de Nino e de Tagme abriram caminho a Bacai Sanhá, para a presidência, ganha nas urnas, e a Induta para a chefia militar, autoimpondo-se e ultrapassando generais melhor colocados na linha de sucessão. Estava ditado o seu destino.
Induta procurou fazer do combate ao narcotráfico a sua divisa. Viu escapar-se-lhe Bubu na Tchtu que fugiu para o Senegal mesmo antes de ser detido, acusado de envolvimento no narcotráfico. E a acusação não era apenas de Zamora Induta, os Estados Unidos da América já tinham publicado um relatório em que constavam os nomes de Bubu na Tchutu e de António Indjai. Entretanto, Baciro Dabó, antigo candidato presidencial e o ex-ministro Carlos Proença, foram assassinados em 2009.

As confissões de Zamora Induta

Zamora Induta, segundo as mais recente notícias, teria confessado, na prisão onde está, a autoria das mortes do Presidente Nino Vieira e do general Tagme na Waye. Induta foi detido no dia 1 de Abril de 2010. Quem o deteve foi o seu adjunto no estado maior, António Indjai, que se apressou a libertar Bubu na Tchutu que, entretanto, regressado a Bissau estava refugiado nas instalações das Nações Unidas. Tanto Bubu na Tchutu como o seu “libertador António Indjai, são os tais citados pelos norte-americanos como estando envolvidos no tráfico de drogas. Ambos aprisionaram Zamora Induta e o Primeiro Ministro ,Carlos Gomes Júnior.
Gomes Júnior foi salvo pelo povo que se manifestou farto das golpadas militares e exigiu nas ruas a sua libertação. Indjai ainda ameaçou matar o Primeiro Ministro e disparar contra a multidão. Em viva voz. Zamora Induta não teve a mesma sorte.
Não se sabe bem o que pensa Malam Bacai Sanhá.
É o actual Presidente que “aceitou Zamora Induta como chefe dos militares, aceitou a sua prisão, empossou António Indjai como Chefe do Estado Maior General das Forças Armadas e nomeou e deu posse a Bubu na Tchutu para o lugar de chefe do Estado Maior da Armada. Há que perceber se o fez por mera manobra de sobrevivência política e física, ou se porque mexe os cordelinhos. Entende-se que tenha contas a ajustar com Gomes Júnior, o Primeiro Ministro, que o derrotou na corrida à liderança do PAIGC e que as tivesse também com Zamora Induta cujo poder, o real, como chefe da tropa, suplantava o seu como Chefe do Estado.
Não está claro se tinha mais simpatias por Nino Vieira, a quem substituiu na presidência quando deposto por Ansumane Mané, ou se por este último.
Não se sabe ainda se vai ou não aceitar e como agirá na sequência do relatório atribuído a Amin Sád. Também não se sabe se considera legal a prisão de Zamora Induta. Se não é legal, as ditas confissões não são válidas.

Os outros …

Henrique Rosa, um presidenciavel, e que aguentou o país como interino nos momentos de vacatura, está remetido ao silêncio. Francisco Fadul, outro presidenciavel e que já foi Primeiro Ministro, também em tempo de vacatura foi agredido quase até à morte e recusa-se a envolver-se outra vez na política guineense. Kumba Yalá foi deposto da presidência, tem influência sobre os balantas mas está em silêncio, depois de derrotado nas urnas.

Os perigos para a diplomacia angolana

Em primeiro lugar, há a imprevisibilidade de novas vinganças. Depois, há a influência muçulmana e dos vizinhos Guiné Conakry e Senegal (sempre procuraram influenciar a situação em Bissau para seu proveito).
Os apoios para Angola poderão surgir das Nações Unidas, da União Africana, da CPLP e dos Estados Unidos da América. Uns porque querem a estabilização da Guiné, e outros porque querem combater o narcotráfico que pode financiar acções terroristas.
Com a fragilidade do Estado guineense, entretanto, Angola terá de agir na diplomacia, por um lado, e na economia, por outro. Os militares guineenses precisam de condições de vida, e os guineenses também.

José Kaliengue "O País" Luanda (mesmo que tenha sido escrito há já algum tempo, este artigo continua a ter interesse para quem queira perceber a Guiné-Bissau)