terça-feira, 17 de abril de 2012

Filomeno Vieira Lopes de passagem pela Europa

Na sequência de uma agressão de que foi vítima na capital angolana, Luanda, Filomeno Vieira Lopes, secretário-geral do partido da oposição Bloco Democrático, viajou até à Alemanha, onde foi submetido a uma operação médica. (E depois veio para Lisboa).
No último dia 10 de março, um grupo de civis armados com catanas, barras de ferro e cabos elétricos espancaram vários cidadãos que o grupo presumia pretender realizar manifestações contra o Governo – tudo isso perante a passividade de agentes da polícia angolana. Um dos feridos no incidente foi o economista Filomeno Vieira Lopes, cujo espancamento provocou a fratura de um braço em três locais, um golpe profundo na cabeça e ferimentos por todo o corpo.
Em entrevista à DW-África, Vieira Lopes disse que saiu de Angola para fazer uma operação de rápido restabelecimento, e pricipalmente para conseguir repousar em segurança.


DW África: A operação já foi realizada?

Vieira Lopes: A operação já está feita. Estamos numa fase em que ainda não retirei os pontos. Também tenho que fazer fisioterapia e ainda não recuperei a mobilidade completa, nem na mão direita nem no braço direito. É algo que demora o seu tempo e, portanto, eu devo estar aqui mais algum tempo para uma recuperação controlada.

DW África: E por que saiu de Angola para fazer um tratamento, temia pela sua vida?

VL: Eu confio muito nos médicos angolanos e confio bastante nas instituições angolanas. Mas a análise do Bloco Democrático sobre os acontecimentos é de que efetivamente houve uma tentativa de assassínio frustrada, que pudesse prosseguir nesta senda através de outros processos. Por outro lado, houve também certa pressão da família, que me queria ver de alguma forma a ser tratado em um sítio onde pudesse gozar de alguma tranquilidade.

DW África: Já tem data para voltar a Angola? E será que regressa de forma tranquila, sem medo, para realmente enfrentar o país da forma como está?

VL: Eu não tenho ainda data marcada, mas com certeza meu regresso será em breve. Vou voltar logo que esteja em condições físicas.
Nós assumimos a posição política que assumimos e não podemos ter receio daquilo que está a acontecer. Angola tem uma história muito triste deste ponto de vista. Estamos em um ponto fundamental no país: se há ou se não há democracia, se é um país que caminha ou não para as liberdades fundamentais. E, portanto, nós vamos prosseguir naturalmente este combate com as consequências que isso possa implicar.

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